Passadas as eleições, acredito que a pauta deverá se voltar novamente para a economia. Apesar de todo o debate sobre a necessidade de ajuste fiscal, o último mês de setembro bateu o recorde em termos de déficit primário: R$ 26,64 bilhões. No acumulado do ano, o déficit primário já chegou a R$ 85,5 bilhões, o equivalente a 1,86% do PIB. Lamentavelmente, este é um debate que está totalmente contaminado pelos interesses político-partidários e eleitoreiros, e os articuladores desta “estratégia” estão agindo com total irresponsabilidade pública, manipulando a opinião pública e distorcendo teorias econômicas para sustentarem as suas teses e interesses políticos - John Maynard Keynes, por exemplo, deve estar se “revirando” no túmulo diariamente (sic.).
Alguns temas precisam entrar na agenda de debate para adequar o tamanho do Estado brasileiro à sua capacidade de arrecadação. Cito alguns sem entrar nos meandros da discussão: Reforma Política, Reforma Tributária, Reforma da Previdência, combate à corrupção, melhoria na qualidade dos gastos públicos e auditoria da dívida pública.
Focando somente neste último tema, pois sobre os demais já escrevi artigos e textos no meu blog pessoal (www.professoreduardocosta.com.br), continuo batendo na “tecla” da necessidade de se olhar para o pagamento de serviços da dívida pública neste esforço de ajuste do Estado brasileiro. Somente em setembro, o pagamento do serviço da dívida chegou a R$ 40,46 bilhões. No acumulado do ano, já foram pagos R$ 388,5 bilhões. Nenhum ajuste sério no país será feito se não olharmos atentamente para este assunto e entendermos que, atualmente, em grande parte, o esforço fiscal do Estado brasileiro está voltado para o pagamento dos serviços da dívida pública, um assunto diretamente relacionado à insistência em se manter uma estratégia de Política Monetária com uma alta taxa básica de juros da economia.
Em suma, para equalizar o “rombo fiscal” brasileiro temos que olhar necessariamente para a lógica da Política Monetária.
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