Alguém tinha
dúvidas que o ministro Gilmar Mendes (STF) iria votar pela suspeição de Sérgio
Moro e em favor de Lula? Qualquer pessoa um pouco mais antenada já sabia de
antemão qual seria o voto. Restava somente acompanhar a ginástica retórica e o
jogo de hermenêutica eivado de proselitismo jurídico para justificar o
injustificável. Infelizmente, como não possuo imunidade parlamentar não posso
emitir publicamente, neste momento, a minha opinião sobre o STF sob o risco de
receber sansões judiciais. Porém, assistir ao voto do senhor ministro em tela no
dia de hoje foi um exercício de embrulhar o estomago, que comprimiu um pouco
mais uma alma já angustiada. Alma de quem um dia sonhou com um Brasil longe da corrupção
sistêmica e que seria possível pela boa política alcançar uma nova trajetória
como sociedade.
Mais uma vez,
como já enfatizou o seu colega de Corte, ministro Luiz Roberto Barroso, o voto
de Gilmar Mendes foi eivado de ódio e rancor. A cada sentença uma adjetivação.
A cada adjetivação a manifestação de sentimentos nada republicanos dando voz a
alguns que operaram sorrateiramente nos bastidores de Brasília. A vingança dos
canalhas chega, constrangendo instituições, rasgando a Constituição, rompendo com
ritos jurídicos consagrados, constrangendo publicamente aqueles que ousaram se levantar
na luta contra a corrupção, invertendo valores, consagrando a ilicitude e
atacando quem ousa se levantar contra o status quo.
Resta
concluir que os “ratos da república” a cada dia ganham mais força. Sobretudo,
porque na condução da Câmara dos Deputados hoje está alguém que comemora
publicamente o retrocesso ao combate à corrupção. Aliás, como réu na Lava Jato
e ancorado no apoio Palaciano, num jogo de governabilidade, Lira representa
hoje o tal do “Centrão”, aquilo que há de mais promíscuo na política
brasileira. Criticavam o Rodrigo Maia (DEM)? O Arthur Lira (PP) mostrou que
pior do que está é sempre possível ficar, desde que haja conivência e acordão
nos bastidores. Hoje o Supremo excreta, o Congresso festeja, Executivo se cala,
os ratos festejam e o povo...
Mais um dia
se passou na fétida República Federativa do Brasil.
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