A aprovação hoje pela Câmara dos Deputados do texto-base do Projeto de Lei Complementar (PLP) 19/2019, que trata da autonomia do Banco Central, é um tema polêmico que divide opiniões. Ao mesmo tempo em que a independência do BC blinda a instituição de uma maior interferência política no curto prazo, acaba retirando do governo federal um importante instrumento de política macroeconômica que pode ser justamente importante no curto prazo.
Recentemente o Brasil viveu uma
positiva trajetória de redução da taxa básica de juros da economia, atingindo o
seu menor nível desde o início do Plano Real, justamente pela influência do
Ministro da Economia Paulo Guedes na condução da Política Monetária pelo BC.
Até então o BC estava subordinado ao Ministério da Economia. A partir do novo
modelo o BC irá adquirir maior autonomia, na medida em que se tornará uma
Autarquia de Natureza Especial, desvinculada do Ministério da Economia.
Na prática, cada presidente
eleito poderá ter que conviver durante parte de seu mandato com um Presidente
do BC nomeado pelo seu antecessor. Enquanto houver confluência de rumos, em
termos de política macroeconômica, não haverá problemas. Porém, quando houver
divergências, o conflito será sentido pela população em razão da descoordenação
das medidas de política macroeconômica (fiscal e monetária).
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