O Pará foi o único Estado entre as 14
unidades federativas avaliadas que apresentou saldo positivo, com o acumulado
do ano 9,5% maior do que o apresentado em 2015. A principal responsável por
esse resultado foi a Indústria Extrativa, que chegou a um crescimento de 13,1%
no ano passado, especialmente alavancada pela extração de minério de ferro que,
por sua vez, apresentou um aumento de preço, já que os valores internacionais
por tonelada, em dezembro de 2016, alcançaram US$ 79,43, enquanto que em
janeiro do mesmo ano foi cotado a US$ 42,20. É o que indica o Boletim da
Indústria do Pará de 2016, lançado na manhã desta terça-feira,14, pela Fundação
Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (Fapespa), em parceria com a Federação
das Indústrias do Estado do Pará (Fiepa) e com o Centro Internacional de
Negócios (CIN), no auditório da Fiepa. A análise é realizada com base nos
resultados da Pesquisa Industrial Mensal (PIM) do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE).
O Boletim apresenta uma análise geral
do ano de 2016, observando o comportamento da indústria geral do Pará, além dos
subsetores Extrativo Mineral e Indústria de Transformação, este último,
apresentando desempenho negativo, com uma retração de -5%.
O cenário é de manutenção para o futuro da indústria
paraense. Estima-se que o Pará receba, até 2020, cerca de 124 bilhões em
investimentos, nos quais são voltados principalmente para a indústria extrativa
mineral. Então, precisamos criar mecanismos de incentivo à indústria de
transformação, verticalizando a produção, diversificando a base produtiva
local, agregando valor aos produtos locais e fundamentalmente gerando emprego,
renda e melhor qualidade de vida ao cidadão paraense.
Além disso, o mercado de trabalho
apresentou saldo positivo decorrente da indústria extrativa, no qual foi
resultado de 2.930 admitidos contra 2.902 desligamentos, gerando saldo final de
28 novos vínculos. A indústria de produtos alimentícios, bebidas e álcool
etílico apresentou o maior saldo do período, com 476 admissões que contaram com
a contribuição de 284 novos vínculos trabalhistas decorrentes da fabricação de
conservas de frutas.
De acordo com o presidente da Fiepa,
José Conrado, o setor vê com preocupação o fato do crescimento não se
refletir na geração de empregos, mas tem trabalhado de forma contínua para
fortalecer empresas genuinamente paraenses, em especial as pequenas e médias,
para que elas possam receber os investimentos que chegam ao estado. “Estamos
trabalhando para amenizar essa situação, porque no momento em que temos uma
empregabilidade maior, a geração de renda é maior e isso é bom pra todos”,
destacou, acrescentando que é necessário avaliar quais os postos de trabalho
necessários por esses novos empreendimentos que aqui chegam, para que haja
qualificação da mão de obra local, declarou.
Ressalta-se que o bom desempenho da
economia mundial, com destaque para a manutenção do crescimento chinês,
favoreceu a Indústria Extrativa paraense, uma vez que o país asiático é o maior
demandante de commodities minerais do estado. Por outro lado, a Indústria de
Transformação tende a refletir o desempenho da economia nacional que,
atualmente, retrata um cenário negativo, já que o Brasil apresentou uma queda
no acumulado do ano de 6,6%, se comparado com saldo de 2015. Apesar disso, os
subsetores da indústria de transformação, “fabricação de celulose, papel e
produtos de papel” e “metalurgia”, apresentaram crescimento de 8,1% e 3,7%,
respectivamente.
Matéria publicada nesta quarta-feira, 15 de março, no jornal O Liberal:
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