Apesar das medidas anunciadas
pelo Governo Federal para aquecer a economia, a previsão é de que o ano de 2017
ainda seja muito difícil para os brasileiros. Somente no Pará, a expectativa é
que sejam fechados 15,6 mil postos de trabalho este ano, conforme dados
preliminares da Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (Fapespa).
Os números completos e fechados
serão apresentados no dia 25 de janeiro, no "Seminário Projeções e
Perspectivas para a Economia Brasileira e Paraense em 2017", que será
realizado a partir das 8h30, na Federação das Industrias do Pará (Fiepa), com
transmissão ao vivo pela Escola Superior da Magistratura do Estado do Pará. O
evento contará com a presença do presidente do Conselho Federal de Economia,
Júlio Miragaya, e representantes do Governo do Estado, que irão fazer análise
sobre alguns programas do Executivo Estadual, como o Pará 2030.
Desde já, destaco que para fazer
qualquer projeção sobre a economia paraense em 2017, é preciso ter clareza do
cenário mundial e nacional. O mundo deve ter um crescimento do PIB de cerca de
3%. No caso da União Europeia, o crescimento esperado é de 3,3%, mas há
incerteza por causa da saída do Reino Unido. O que mais terá impacto no Pará,
no entanto, é a situação das economias chinesa e americana, uma vez que esses
dois países são os maiores parceiros comerciais do Estado. Análises mostram que
o PIB da China deve crescer cerca de 6%.
No que diz respeito ao cenário
nacional, a expectativa é que o Brasil só consiga crescimento no PIB a partir
do segundo semestre de 2017. Tudo depende das medidas macroeconômicas adotadas
pelo Governo Federal, entre elas a PEC dos gastos públicos, a reforma da
previdência e a reforma tributária. As estimativas de crescimento para 2017
variam de 0,3% para 0,5%.
Eu acredito que para o Brasil
voltar a ter um crescimento sustentável, precisamos de estabilidade
institucional, que envolve Governo Federal e Congresso. Só vamos ter essa
estabilidade após a eleição de 2018. Inevitavelmente, estamos diante de uma
década perdida. O Brasil só deve voltar a crescer em 2019.
Esta minha análise sobre atual
contexto econômico do país foi publicada com mais alguns detalhes no Caderno
Poder do Jornal O Liberal de ontem, 8 de janeiro. O texto também foi publicado
no portal ORM news: www.ormnews.com.br/noticia/ano-ainda-sera-de-incerteza-na-economia-segundo-fapespa.
Outro assunto em destaque no mesmo caderno desta matéria foi a balança comercial do Pará, que mostra estabilidade. Os números de 2016 do Estado estão sendo fechados, assim como as projeções para 2017. A expectativa é que a balança comercial paraense permaneça estável, com resultado parecido ao do ano passado. No último levantamento, de novembro, a balança comercial registrava US$ 8,3 bilhões, mas deve ultrapassar os US$ 9 bilhões quando fechar os dados de dezembro. Para 2017, a previsão inicial é movimentar US$ 9,8 bilhões. As exportações, por exemplo, até novembro, já estavam em US$ 9,3 bilhões e para esse ano a previsão é de US$ 10,9 bilhões. Enquanto isso, as importações devem ficar em US$ 1,1 bilhão esse ano - até novembro do ano passado elas acumulavam US$ 1 bilhão.
A indústria extrativa, que até
outubro teve um crescimento de 13,3%, em 2017 deve crescer menos: 10,6%,
conforme projeção preliminar da Fapespa. Já a indústria de transformação deve
continuar em queda. A expectativa é que ela encerre o ano com produção 2,2%
menor - até outubro do ano passado, ela já registrava -7%. As vendas no varejo
paraense, que sofreram queda de 13,3% até outubro, devem fechar o ano com um
aumento de 2,2% em 2017, enquanto a receita desse setor crescerá 8,6%.
O setor de serviços deve
continuar em queda. A previsão para esse ano é que o número negativo seja de
1,7%. Até outubro do ano passado, a queda nesse setor já estava em 4,8%.
Confirmando a previsão inicial da
Fapespa, para 2016, de que o Pará teria um saldo negativo de 30 mil empregos
ano passado, até novembro, esse saldo já estava em -28.463 postos de trabalho.
Para 2017, a previsão da Federação é que o saldo seja de -15.600.
Comércio
Cenário ainda é preocupante
O Boletim Comércio Varejista e de
Serviços, do terceiro trimestre de 2016, já mostrava um cenário preocupante.
Nesse período o setor varejista paraense apresentou recuo de 15,2% em relação
ao mesmo período do ano anterior - foi a segunda baixa mais acentuada de todo o
País, atrás apenas do Amapá (-18,1%). O endividamento das famílias caiu de
75,7% de janeiro para 49,9% em setembro, resultando em uma média de 67,43%. Por
outro lado, a inadimplência aumentou: o percentual de famílias com dívidas em
atraso cresceu 14,2%. Em relação ao mercado de trabalho no setor varejista
paraense, no terceiro trimestre, o saldo de vínculos formais foi negativo em
1.271.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.