Enquanto
o Brasil não realizar efetivamente uma verdadeira reforma política o exercício
da governabilidade será sempre um desafio muito difícil para qualquer
presidente eleito democraticamente.
A
cultura que se solidificou no país foi a do fisiologismo descarado, tendo a
sociedade não como vítima, mas como cúmplice na medida em que elege e reelege
políticos que pautam o seu exercício parlamentar com base nesta prática, em que
acompanha passivamente o exercício explícito de negociatas em troca de votos, e
em que espera em algum momento a retribuição do voto não com base num exercício
ético e efetivo da atividade parlamentar, mas na concessão de algum favor,
alguma vantagem ou algum cargo.
Nesse
jogo, o parlamento brasileiro ao invés de se pautar no enfrentamento dos
desafios da Nação, se pauta no oportunismo momentâneo da cultura fisiologista.
Os votos nas casas legislativas não são dados com base em convicções políticas,
argumentos técnicos e/ou ideológicos, mas na troca de favores e na concessão de
espaços, leia-se cargos.
Obviamente
isso tem limite. Assim, quando o Poder Executivo esgota a sua capacidade de
concessão, perde a governabilidade e, como consequência, a crise política se
instala. Portanto, ao lado da reforma política, e talvez até muito mais
importantes, se faz necessária uma reforma ética e moral de nosso parlamento,
mas, sobretudo, de nossa cultura política.
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