Ontem o Brasil viveu mais um triste capítulo
da sua história republicana recente. Por decisão unanime da Corte de Contas
(TCU), pela primeira vez desde 1937 a conta de um Presidente da República é
reprovada. Conforme o relatório apresentado pelo Ministro Augusto Nardes as
irregularidades chegam ao montante de R$ 106 bilhões. Dentre os principais
aspectos questionados pelo relatório destaca-se: a) Pedaladas fiscais (R$ 40
bilhões) – manobra que consiste no atraso do repasse do Tesouro Nacional aos
bancos públicos para pagamento de despesas de programas sociais obrigatórios
(Operação de Crédito irregular – Art. 36 da LRF); b) Descumprimento da
obrigação de contingenciar R$ 28 bilhões em despesas em 2014; c) Edição em ano
eleitoral créditos suplementares sem autorização do Congresso Nacional.
Em seu pronunciamento o Relator afirmou que o
país vive um momento de “desgovernança fiscal”. Segundo Augusto Nardes em seu
voto: “... o que se observou foi uma política expansiva de gastos sem sustentabilidade
fiscal e sem a devida transparência.”
Como desenlace o relatório aprovado por
unanimidade pelo TCU irá para análise pela Comissão Mista do Orçamento, e em
seguida para o Plenário da Câmara dos Deputados para aprovar ou não o parecer
do TCU. A aprovação do relatório pela Câmara
dos Deputados por criar o fato jurídico necessário para embasar a abertura do
processo de impeachment da Presidente.
Cabe lembrar que por diversas vezes o
ex-secretário do tesouro Arno Augustin e o ex-ministro Guido Mantega foram
questionados sobre as práticas irregulares na contabilidade pública, e muitos
passaram a classificar a contabilidade praticada como “contabilidade criativa”.
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