Os alunos do ensino médio de escolas públicas começarão a ter orientação de educação financeira.
Segundo Jaqueline Moll, da diretoria de currículos e educação integral do MEC (Ministério da Educação), a ideia não é criar uma disciplina específica e sim integrar o assunto ao currículo normal das escolas. Ela calcula, porém, que serão ao menos dez anos para consolidar o tema nas escolas.
Ainda não está definido quando e em quais locais a educação financeira começará a ser implementada. "Queremos abordar questões como a história do dinheiro e a geografia financeira e orientar o comportamento dos alunos nesse sentido", afirmou a especialista.
O projeto é uma das primeiras iniciativas da Enef (Estratégia Nacional de Educação Financeira), criada pelo Conef (Comitê Nacional de Educação Financeira). O comitê reúne instituições como o BC (Banco Central), a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) e o MEC.
A educação financeira nas escolas vai seguir projeto-piloto de 2010, quando foi dada orientação a 26 mil estudantes da rede pública de São Paulo, Rio de Janeiro, Tocantins, Ceará e Distrito Federal.
Apesar de o projeto ser focado em jovens, a orientação sobre como usar e aplicar de maneira mais inteligente o dinheiro não ficará restrita a essa faixa etária.
O BC prepara um plano de educação financeira para aposentados. Existem, ainda, projetos para adultos.
"A educação financeira para adultos é algo emergencial diante do fato de que 46 milhões de pessoas subiram de classe social desde 2003", comentou Altamir Lopes, diretor do BC.
Pesquisa do instituto Data popular feita em 2008 a pedido do Conef constatou que o nível de instrução financeira do brasileiro é baixo.
A avaliação mostra que, na época, 26% dos entrevistados estavam em cadastros de devedores. Desses, 58% não tinham intenção de quitar a dívida rapidamente.
Ao mesmo tempo, o acesso dos brasileiros a produtos do sistema financeiro não para de crescer.
Ao mesmo tempo, o acesso dos brasileiros a produtos do sistema financeiro não para de crescer.
De 2002 a 2009, o número de contas bancárias no país saltou de 55,7 milhões para para 90,7 milhões.
O uso de cartão de crédito também teve crescimento relevante. Em 2009, eram 78,2 milhões de cartões, ante 22,5 milhões em 2002.
Uma das ações do BC inclui a oferta de palestras em várias cidades, que serão transmitidas pela internet com acesso aberto mediante cadastramento.
O projeto, ainda em fase de testes, será voltado para os jovens que estão entrando no mercado de trabalho.
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