A partir de janeiro de 2013 a cidade de Belém do Pará
virará uma página em sua história com a posse de seu novo Prefeito Zenaldo
Coutinho que terá muito trabalho pela frente. Inúmeros serão os seus desafios.
Participe da enquete do Blog Economia, Política e Religião e eleja na sua
opinião qual deve ser a principal prioridade do novo prefeito.
domingo, 30 de dezembro de 2012
BRT Belém
Como
bom belenense fiquei triste, mas não surpreso, com a notícia de que o projeto
do BRT teria que ser parcialmente modificado em função de alguns problemas
identificados. A inauguração que foi prometida ainda para 2012 ficou agora para
2014 se não houverem mais imprevistos na obra. Lamentável é o desperdício de
dinheiro público em função de erros no projeto. Espero que com as devidas
adequações o BRT realmente traga alívio ao nosso caótico trânsito.
Ps.:
Ainda não me conformo de não termos investido em uma alternativa em minha
opinião muito mais moderna que é o metrô de superfície.
Estádio em Santarém
O jornal O Liberal de hoje traz estampada uma
matéria de que o Governo do Estado irá modernizar o estádio de futebol de
Santarém no padrão FIFA para tentar receber uma seleção para a preparação da
Copa de 2014. Fico me perguntando, será que não existe algo de mais importante
para ser realizado em Santarém? Talvez a Região do Baixo Amazonas já tenha
resolvido os seus problemas com educação, saúde, saneamento, infraestrutura,
segurança, dente outros...
segunda-feira, 24 de dezembro de 2012
Singela mensagem de Natal
Hoje
é um dia muito especial. A comunidade cristã comemora o nascimento de Jesus
Cristo. Deus encarnado que veio ao mundo para reconciliar a humanidade. Após o
seu nascimento teve uma infância, uma adolescência e uma juventude discreta. Mas
aos 30 anos passou a exercer o seu chamado e por meio do seu ministério
transformou a história da humanidade. Ensinou o amor, o perdão, a caridade e a
humildade. Permitiu ser morto por uma humanidade pecadora para que todos
aqueles que Nele creem possam alcançar o perdão e a vida eterna. Ensinou que
até mesmo o maior pecador pode ser perdoado e ter a sua vida transformada
mediante o amor de Deus e a fé. Deixou como legado a maior história de amor já
escrita, a história da Cruz.
Que
neste Natal haja um renovo em nossos corações. Que possamos olhar menos para as
coisas e mais para as pessoas. Que façamos de pequenos gestos que tenham grande
significados.
Feliz
Natal!
sexta-feira, 14 de dezembro de 2012
Ermes Tadeu Zapelini e Luiz Alberto Machado são eleitos para Presidente e Vice do COFECON
Acabou
de ser eleito para a Gestão de 2013 do Conselho Federal de Economia (COFECON) o
Conselheiro Federal por Santa Catarina Ermes Tadeu Zapelini, para Presidente
(sendo reeleito), e o Conselheiro Federal por São Paulo Luiz Alberto Machado,
para Vice-Presidente. A chapa única que concorreu na 646ª Sessão Plenária
Ordinária do COFECON obteve 16 votos, contra 06 votos em branco. O maior desafio da próxima gestão é a
atualização da legislação que regulamenta a profissão e a ampla divulgação do
campo de atuação profissional do economista ampliando o campo de atuação da
categoria. Ademais, está sendo discutida a possibilidade de realização de um
amplo seminário nacional, com a presença de representantes de todos os cursos
de graduação em economia, para discutir a formação profissional e a inserção
dos recém-formados no mercado de trabalho.
sexta-feira, 7 de dezembro de 2012
CACHORRO QUENTE NA BARRACA DO TIÃO
Pr. Isaltino Gomes
Coelho Filho
Dia 4, Meacir e eu completamos 41
anos de casados. Sem melosidade: deu certo. Fomos almoçar fora e comentei com
uma pessoa: “Vou levá-la para comer cachorro quente na barraca do Tião”. Tal
barraca é fictícia. Nós a criamos. Na nossa ficção, dizemos que os urubus
pousam na cumieira da barraca, mas de vez em quando algum deles desmaia, só com
o cheiro do produto tiãozeiro. Nem eles aguentam. Imaginem, dois branquelos
comendo o sanduba de salsicha, em pé, ao sol de Macapá, sol que frita o rio
Amazonas. Tentei casar o Tião com uma amiga, dizendo-o um Adônis: só tem dois
dentes, mau hálito, nariz escorrendo e pé cascorento, mas a amiga não quis.
A pessoa perguntou se era legal levar
a esposa ao Tião. Meacir citou Provérbios 15.17: “É melhor comer verduras na
companhia de quem a gente ama do que comer a melhor carne onde existe ódio”
(LH). A felicidade conjugal não depende de coisas, mas das pessoas. Não é o
volume de bens ou o lugar onde se vive. É o relacionamento. É a visão. Nós
casamos para dar certo. Com a graça de Deus, fizemos dar certo. Aliás, pregarei
sobre este texto de Provérbios, domingo que vem: “Rúcula ou picanha?”.
Há quem se casa pensando: “Se não der
certo, a gente separa”. Condenou o casamento ao fracasso. Já deu errado. Outros
casam e querem seus direitos, sem pensar em deveres. A outra parte deve fazê-la
feliz. Não pensa que é sua responsabilidade fazer a outra parte feliz. Nós
casamos para tornar nosso cônjuge feliz. Outros mais pedem amor. Amor não se
pede. Ganha-se. E, curioso, quem quer receber amor, deve dá-lo. Amor é assim:
quem dá recebe. Outros querem um clone, não aceitando alguém diferente. O povo
diz que os “opostos se atraem”. Bobagem! Opostos sadios se repelem. O certo é:
opostos se complementam. As diferenças devem se ajustar. É o sentido de “uma
ajudadora que fosse como a sua outra metade” (Gn 2.20, LH). Eu sou idealista.
Meacir é pragmática. Ela me finca os pés no chão. Eu a ajudo a ser sonhadora.
Clones são um problema, não solução. A chave é adaptabilidade.
Outros casam querendo alguém que se
dobre à sua vontade, mas nunca cede. Veem suas razões, não as razões da outra
parte. Quando um cônjuge se presume a quarta pessoa da Trindade, é óbvio que as
coisas darão erradas. A postura correta não é a de mando; é a de serviço. Jesus
se mostrou assim: “Mas entre vocês eu sou como aquele que serve” (Lc 22.27).
Porque se mostrou como quem ama a ponto de morrer pelos seus seguidores (Jo
15.13), milhões de seguidores morreriam hoje por ele, realizados, por terem
sido achados dignos disso. Ele conquistou pelo amor. Truculência não consegue
amor. Amor consegue.
Para ter um casamento ajustado basta
doar-se, não cobrar e adaptar-se àquela pessoa. Cobranças matam um casamento.
Doar-se o vivifica.
Compartilho a Deliberação Nº 4.774 que declarou nula a eleição realizada pelo CORECON/PA em 14.11.2012
DELIBERAÇÃO Nº 4.774, DE 29 DE
NOVEMBRO DE 2012
Declara nula a eleição realizada
pelo CORECON/PA em 14.11.2012.
O CONSELHO FEDERAL DE ECONOMIA,
no uso de suas atribuições legais e disposições regulamentares conferidas pela
Lei nº 1.411, de 13 de agosto de 1951, Decreto 31.794, de 17 de novembro de
1952, Lei 6021, de 03 de janeiro de 1974, Lei 6.537, de 19 de julho de 1978;
CONSIDERANDO o disposto na Resolução nº 1.865/2011; CONSIDERANDO que é vedada a
propaganda eleitoral nas dependências da sede dos Conselhos Regionais ou das
Delegacias em que se processe a votação; CONSIDERANDO o que consta do Processo
nº 15.606/2012, apreciado na 645ª Sessão Plenária Ordinária, realizada no dia
29 de novembro de 2012; CONSIDERANDO os inúmeros equívocos e vícios ocorridos
durante o processo eleitoral; CONSIDERANDO especialmente o relatório da
Conselheira Federal que acompanhou a realização do pleito eleitoral do
CORECON/PA, que comprova a ocorrência de "boca de urna" dentro das
dependências do CORECON/PA durante a votação; CONSIDERANDO ainda os pareceres
208/2012 e 270/2012 exarados pela procuradoria jurídica do Conselho Federal de
Economia; resolve:
Art. 1º Declarar de ofício a
nulidade da eleição realizada em 14.11.2012, no CORECO-PA, nos termos do voto
do Relator e do parecer jurídico que o integra.
Art. 2º Determinar a realização
de Eleição Extraordinária no CORECON/PA, que deverá ocorrer em estrita
conformidade com o disposto na Resolução nº 1.865/2011.
Art. 3º Fica o Conselho Federal
de Economia responsável pela viabilização do pleito eleitoral, que será
realizada pela Comissão Eleitoral, composta pelos Economistas Paulo Dantas da
Costa, como Presidente, Nei Jorge Correia Cardim e Carlos Roberto de Castro, como
membros efetivos e pelo Economista Antonio Eduardo Poleti, como membro
suplente, de acordo com o que prescreve o art. 63, da Resolução COFECON nº
1.865/11.
Art. 4º Esta deliberação entra em
vigor na data de sua assinatura.
ERMES TADEU ZAPELINI
Presidente do
Conselho
terça-feira, 4 de dezembro de 2012
CADA UM É LIVRE PARA FAZER O QUE QUER
Pr. Isaltino Gomes
Coelho Filho
Ouvi esta frase, num programa de
televisão: “Cada um é livre para fazer o que quer”. Ela me fez pensar.
O homem é dotado de capacidade de
pensar e tomar decisões. É responsável por seus atos. Não se pode impor a
alguém uma religião ou uma ideologia, por exemplo. Pais escrupulosos não
imporão uma profissão a seus filhos. Respeitarão suas habilidades e o seu
pendor. Neste sentido, a frase tem certa razão. Cada um faz o que quer de sua
vida, sendo por isso responsável. Neste sentido, a liberdade é plena.
Mas nem sempre somos livres para
fazermos o que queremos. Eu gostaria de fazer muitas coisas que simplesmente
não posso. Neste sentido, não somos livres para fazer o que queremos. Querer
não é poder. Podemos querer coisas que não podemos ter.
Há coisas que não apenas não podemos
fazer, mas que não devemos fazer. Um homem pode desejar ter todas as mulheres
do mundo, mas ficará no desejo. Alguém disse que Deus é mal humorado porque
parte dos dez mandamentos começa com um não. Ele nos proibiu
coisas boas que gostaríamos de fazer. Por isso diz uma música popular que “tudo
que eu gosto é ilegal, imoral ou engorda”. As coisas boas são proibidas.
Deveríamos poder fazer e ter todas as coisas que gostaríamos. Abaixo as leis,
abaixo os conceitos moralistas, abaixo as religiões com suas regrinhas! Viva a
anarquia, vivam os desejos, façamos o que queremos e chega de conversa.
Mas isso funciona? Por querer a
mulher de Urias o rei Davi planejou a sua morte. Fez o que quis: adulterou e
idealizou um assassinato. Mas pagou um preço muito alto pelo que fez. Pode-se
fazer o que se quer ou é necessário ter regras? Liberdade é o direito de fazer
o que se quer? O que uma pessoa quer e pensa ser seu direito pode ser a
transgressão do direito de outra.
Deus colocou tantos não nos
dez mandamentos não por mau humor, mas por saber que somos maus, que somos
pecadores. É uma incoerência o conceito humanista de que o homem é bom. Se o
homem é bom, por que a maldade e tantas desgraças? Dizer que ele é bom e que a
sociedade o corrompe é uma incongruência. A sociedade não é pau nem pedra. É
gente. A sociedade é a soma das pessoas, que são más. Davi confessou sua
maldade inata, quando declarou: “eu nasci em iniquidade” (Sl 51.5). Isso é o
que os teólogos chamam de “depravação, a capacidade inata no ser humano de
buscar o mal”. O homem não é bom. É pecador. Bem disse Billy Graham, “o homem é
exatamente aquilo que a Bíblia diz que ele é”.
Por ser pecador, o homem não pode
fazer o que deseja, pensando que assim é livre. Disse Paulo: “o bem que quero,
esse não faço; o mal que não quero, esse eu faço” (Rm 7.19). Quando seguimos
nossos instintos e paixões, não nos realizamos, mas nos frustramos. Ouvimos a
iniquidade, desprezando leis e princípios que orientam a vida, e nos tornamos
como os irracionais, que não têm capacidade mental e seguem o instinto. E nos
damos mal.
Fazer o que se quer não é ser livre.
É ser escravo. Dos instintos. De uma natureza corrompida. Por isso Jesus disse
que “todo aquele que comete pecado é escravo do pecado” (Jo 8.34). Não somos
livres quando fazemos o que queremos, e regras e princípios não são algemas.
Imaginemos um trem que quisesse trafegar fora dos trilhos para poder ser livre.
Saísse dos trilhos e entrasse pelo gramado, cheio de flores, alegre e festivo.
Ele afundaria, com seu peso. Há um lugar para ele transitar e fora deste lugar
ele se imobiliza.
Liberdade não é o direito de se fazer
o que se quer. O pensador cristão Elton Trueblood disse que “liberdade não é
liberdade para, mas liberdade de”. Somos livres não para fazermos o que
queremos, mas somos livres de alguma coisa. Somos livres para sermos o que Deus
espera de nós. Como disse Kierkegaard: “Com a graça de Deus serei o que devo
ser”. Jesus ilustrou isto muito bem: “se o Filho vos libertar, sereis verdadeiramente
livres” (Jo 8.36). Liberdade é a capacidade de poder gerir a sua vida. É a
capacidade de viver sem ser escravo de vícios, de paixões vis, de drogas, da
ansiedade, do medo do futuro. Desde quando uma pessoa escrava de um pedaço de
papel com mato dentro, um cigarro, é livre? Desde quando alguém que não
consegue livrar-se de uma garrafa é livre? Livre é a pessoa que pode dizer:
“Isto me faz bem e eu aceito. Tenho forças para fazê-lo, mesmo não gostando”.
Livre é a pessoa que pode dizer: “Isto é agradável, mas trará más
consequências. É bom, mas tenho a capacidade de rejeitar”. Liberdade é o
direito de saber usar bem a vida, de discernir entre o que se deve e o que não
se deve.
Voltemos a Jesus: “se o Filho vos
libertar, verdadeiramente sereis livres”. Ele dá discernimento espiritual e
moral para sabermos o que buscar e o que evitar. Ele dá poder para vencer o que
é agradável, mas daninho. Ele torna a pessoa livre. Muita gente censura os
crentes, dizendo sermos escravos, que não podemos fazer muitas coisas. Não é
que não podemos. É que não queremos. Não nos têm valor. Volto à questão do
cigarro: é ridículo um adulto chupando sofregamente um mau cheiroso invólucro
de papel com mato dentro, sem poder parar de fazê-lo, embora muitas vezes
querido fazê-lo. Coisa triste um bêbedo, caído na sarjeta, escravo do álcool.
Coisa deprimente e triste um casal se separando, com os filhos prejudicados,
por causa da infidelidade conjugal de uma das partes.
Os crentes não vivemos debaixo de
regrinhas. Vivemos na liberdade que Cristo nos deu. Ele nos abriu os olhos e
capacitou nossa vida para vencermos o mal que desgraça e optarmos pelo bem que
exalta.
Você pode ser livre. Pode
deixar de fazer o que lhe prejudica e fazer o bem que sabe que deve fazer.
Basta confiar em Cristo, fazendo dele seu Senhor, cedendo-lhe sua vida,
confiando-lhe a direção do seu viver. Você descobrirá o que Jesus quis dizer
com “e conhecereis a verdade e verdade vos libertará”. Jesus é a verdade que
liberta. O resto é mentira. Seja livre. Assuma um compromisso com Cristo.
quinta-feira, 29 de novembro de 2012
Plenária do COFECON institui nova Comissão Eleitoral para eleição no CORECON-PA
O
Conselho Federal de Economia (COFECON) por ocasião da 645ª Sessão Plenária,
após deliberar pela nulidade do processo eleitoral no Conselho Regional de
Economia do Estado do Pará (CORECON-PA), constituiu nova Comissão Eleitoral que
irá deliberar sobre os procedimentos de um novo processo eleitoral. Foram
indicados como membros da comissão instituída em Plenário os economistas Paulo
Dantas da Costa (Conselheiro Federal pela Bahia), Nei Jorge Cardim (Conselheiro
Federal pela Bahia), Carlos Roberto de Castro (Assessor Especial do COFECON), e
como suplente Antonio Eduardo Poleti (Conselheiro Federal por São Paulo).
COFECON discute a ampliação da participação dos pequenos estados em sua Plenária
Há
algum tempo um grupo formado principalmente por representantes dos Conselhos Regionais
do Norte e Nordeste vem insistentemente lutando pela federalização do Sistema
COFECON/CORECONs com a participação de todos os estados no Plenário do COFECON.
Esta questão contaminou inclusive o processo de discussão da atualização da
legislação que regulamenta a profissão de economista no Brasil, indo parar em
instâncias judiciais.
Em
que pese isto, de acordo com as negociações de bastidores, na eleição de amanhã
o Plenário do COFECON para os próximos anos será composto por 18 membros
eleitos. Para a eleição que ocorrerá amanhã, com a presença dos Delegados
Eleitores dos estados, está sendo articulada a tomada de assento no COFECON dos
estados do Ceará, Pernambuco, Amazonas e Espírito Santo. Apesar de não ser
ainda a proposta ideal defendida pelos Conselhos do Norte e Nordeste, que
defendem ao menos um representante para todos os estados da federação, é
perceptível um avanço no sistema.
Informo,
ademais, que na reunião de hoje do COFECON manifestei mais uma vez o meu voto pela
real federalização do Sistema com a participação de todos os estados em sua Plenária.
Conselho Federal de Economia (COFECON) anula processo eleitoral no Conselho Regional de Economia do Estado do Pará (CORECON-PA)
Por ocasião
De sua 645ª Sessão Plenária o Conselho Federal de Economia (COFECON) deliberou
por meio de voto aberto dos Conselheiros Federais pela nulidade do processo
eleitoral do Conselho Regional de Economia do Estado do Pará (CORECON-PA). De acordo
com o relator do processo, Conselheiro Federal Wellington Leonardo do Rio de
Janeiro, o processo eleitoral do CORECON-PA foi conturbado ao ponto do COFECON
ter designado a Conselheira Federal Fabíola Andréa Leite de Paulo do Rio Grande
do Norte como observadora. De acordo com o voto do relator além do conturbado
processo de registro de chapas, houve denúncias por parte de uma das chapas de
cerceamento da distribuição de materiais de divulgação das plataformas de
campanha. Adicionalmente, o relator mencionou em seu voto o relatório da
Conselheira Federal Fabíola de Paula que apontou a prática de “boca de urna”
pelos membros de uma das chapas (que segundo o relatório teria influenciado
decisivamente no resultado do processo eleitoral), a presença de agentes da
Polícia Militar e Federal, o voto de um economista após o término do horário da
votação. Finalmente o Conselheiro Wellington Leonardo mencionou a existência de
denúncias de abuso de autoridade e uso da máquina pública. Em função disto o
COFECON deliberou pela não homologação do processo eleitoral do CORECON-PA.
Em
sua próxima plenária o COFECON deliberará sobre a data de novo processo
eleitoral, a ocorrer ainda no primeiro semestre de 2013 e a composição da
Comissão Eleitoral, a ser formada por membros do COFECON. O COFECON também
deliberou pela não intervenção no CORECON-PA por entender que não há nada que
desabone a atual gestão do CORECON-PA. Assim, até a realização de novo processo
eleitoral, após o término da atual gestão em dezembro de 2012, de acordo com o
Regimento Interno da entidade, a Presidência do CORECON-PA deverá ser ocupada pró-tempore pelo Conselheiro Regional
Efetivo com o registro mais antigo.
Saliento
que em função de ter apoiado publicamente uma das chapas, por uma questão ética
e de coerência me abstive desta votação. Lamento somente que após um esforço
coletivo de um grupo que tornou o CORECON-PA referência nacional em termos de
gestão e defesa das prerrogativas profissionais dos economistas paraenses, ver
a nossa entidade tendo a sua imagem maculada. Torço para que haja bom senso e
que as questões pessoais e particulares cedam totalmente espaço para a defesa
dos interesses dos economistas. Vemos cursos de economia sendo fechados, invasão
de nossa área de atuação por profissionais não habilitados, concursos públicos
com conteúdo claramente direcionado ao economista serem realizados para outras
profissões, a necessidade de qualificarmos melhor a nossa categoria para
competir em um mercado cada vez mais concorrido, a necessidade de divulgar com
maior intensidade as nossas prerrogativas profissionais, a necessidade de
implantarmos um piso salarial para o economista no setor público estadual e a
maior participação dos economistas e de nossa instituição mater, o CORECON-PA na discussão de questões econômicas e sociais
relativas ao nosso desenvolvimento.
Que o bom senso volte
a reinar na Casa do Economista e que haja uma inflexão neste processo capaz de
realmente trazer para o centro do debate as questões que interessam
efetivamente aos economistas.
quarta-feira, 28 de novembro de 2012
A QUEDA PARA CIMA
Isaltino Gomes
Coelho Filho
Levei o livro de Diogo Mainardi, “A
queda”, em uma viagem de dois dias pelo interior do Amapá. Pensei que ele me
ocuparia nos momentos vagos. Mas li-o em duas horas, porque é atraente e fácil
de ler. O tema é o nascimento de seu filho, Tito, que por um erro da dottoressa
F, médica que estava com pressa de sair do seu trabalho, pois era
sábado, nasceu com paralisia cerebral. O menino não fala, não tem gestos
coordenados nem anda normalmente. Mainardi narra os 424 passos que ele
conseguiu dar, uma vez, sem cair. O livro se estrutura ao redor desses 424
passos, cada um deles comentado com elementos da cultura de Veneza, onde Tito
nasceu.
O livro comove, desconcerta, e é uma
aula de cultura, um passeio da Veneza renascentista, via hospitais e médicos
norteamericanos, até Ipanema, onde moraram alguns anos, antes do regresso a
Veneza. Neste tour cultural passa-se por Ezra Pound,
Auschwitz, Dante, Abott e Costello, U2, Proust, Freud, Humpty Dumpty,
Rembrandt, Pietro Lombardo, Giacomo Leopardi, pintores, escultores, Shakespeare
e muitos mais. E nos passos, um pouco mais de Tito. Comoveu-me uma frase de
Mainardi. Ele andava com o filho por Veneza, e este pisava em falso, indo a
cair. Diz ele: “Quando isso ocorria, eu era tomado por um sentimento de
felicidade. Impedir uma queda de Tito em Veneza dava um sentido à minha vida”
(p. 114). Ele passou a viver em função do filho deficiente e se sentia feliz em
ser-lhe útil. Sua missão cósmica e existencial era cuidar do filho. Este era o
sentido de sua vida!
Comparei-o ao programa de extermínio nazista
dos doentes e inválidos que foi estimulado por Alfred Hoche, que calculou no
livrete “O aniquilamento da vida inútil de ser vivida” o custo de
um “idiota” para a Alemanha. Era o bastante para manter uma família de cinco
pessoas. Os inúteis eram um estorvo ao III Reich. Até 1 de setembro de 1941
foram mortos 70.273 inválidos, na Alemanha, o que permitiu uma economia de
quase 250.000 reichsmarks(moeda da época) diários. O relatório diz
até quantos quilos de batatas e quantos ovos foram economizados com esses
inúteis. Hitler aplicou a teoria de Hoche na eliminação de todos os não
produtivos, parasitas da Alemanha. O alvo era uma nação eugênica. Como alguns
pretendem hoje, com a ideia de eutanásia indiscriminada, que é mais econômica e
emocionalmente menos desgastante que cuidar de deficientes, doentes e
terminais.
Também pensei: “Como ele conseguiu
escrever um livro assim?”. E por que só vim conhecer um livro desses agora? Se
o tivesse lido há quarenta anos, aprenderia muito do seu estilo literário. Como
ele estruturou a obra desta maneira? Além da aula de cultura, uma aula de
estrutura literária. Como se aprende vendo quem sabe fazer!
Voltemos a Tito e à realização de seu
pai em viver em função dele. O nascimento de um retardado (o termo é de
Mainardi) nos choca e desgosta. O rabino Kushner teve um filho que nasceu com
progéria, envelhecimento precoce. O menino morreu com 14 anos, aparentando ter
80. No livro em que tratou do assunto, mesclando-o com a vida de Jó (o título
em português é “Por que coisas ruins acontecem com pessoas boas?”), Kushner
comentou que as pessoas se indagam “Por que Deus permitiu isso?” ou “Como Deus
deixa que isso aconteça?”. Diz ele que são perguntas incorretas. A certa é:
“Que tipo de sociedade devemos ser para que pessoas assim se sintam bem,
protegidas e cuidadas?”. Não é questionar o porquê do problema, mas criar
condições para minimizá-lo. Não é transferir a culpa para Deus, mas assumir a
responsabilidade do problema.
Queremos um mundo de felicidade, como
se o universo existisse para nos tornar felizes, e Deus fosse nosso servo, a
quem damos ordens e cuja função é nos alegrar e dar coisas boas. Agimos como
crianças mimadas e mal educadas que não querem ser obstadas. Não sei se foi o
título de um livro ou um comentário de capa que vi, nestes termos: O
universo conspira para que você seja feliz. Como uma pessoa pode ser
tão fútil? Como há gente que compra livros assim?
O mundo nos é hostil (Gn 3.17-19). O
bom mundo de Deus (Gn 1.31) foi pervertido pelo pecado, pela nossa Queda. A
criação está corrompida e geme debaixo do poder do mal (Rm 8.19-22). Mesmo sem
usar a Bíblia, qualquer pessoa de bom senso sabe que o universo não liga a
mínima para nós. É uma infantilidade a busca de felicidade, o desejo de que
tudo colabore para nosso bem-estar, e que há milhares de anjos aguardando uma
ordem nossa para nos servir. É preciso parar de ser criança em busca de prazer
e pensar que Deus nos pôs neste mundo com uma missão muito mais ampla que a
busca de gratificação e de lazer.
O verdadeiro sentido da vida não nos
é externo ou alheio a nós. É dado por nós. O sentido de minha vida, como
indivíduo, tem sido, há cinquenta anos, desde minha conversão na adolescência,
servir a Jesus. Rejubilo-me em servi-Lo, e me assusto quando penso que um dia poderá
vir a debilidade física e não poderei servir meu Senhor. Sou feliz por ser
servo, por ser pastor, por trabalhar para Ele. Não troco isso por nada. Mesmo
nas “rebordosas” da vida tem sido jubiloso servi-Lo.
Mainardi não me soa evangélico.
Kushner é judeu. Mas eles entenderam o que muitos dos nossos não entenderam.
Quando nossa vida encontra uma causa a qual servir, pessoas a quem amar e a se
dedicar, ela é riquíssima. Lembremo-nos de Jesus: “A minha comida consiste em
fazer a vontade daquele que me enviou…” (Jo 4.34). E de Paulo: “Nem por um
momento considero a minha vida como valioso tesouro para mim mesmo, contanto
que possa completar a missão e o ministério que recebi do Senhor Jesus, para
dar testemunho do Evangelho da graça de Deus” (At 20.24). A vida é se dar.
Um cristão de verdade não espera
conspiração do universo para ser feliz. Nem presume ter milhares de anjos sob
seu comando. Quer ser útil, quer ajudar, quer fazer alguma coisa. Enfada-me a
futilidade espiritual de tantos hoje! Se guardassem sua futilidade consigo, eu
as privaria de minha rabugice. Mas compõem “canções” (é assim que se chama
agora), escrevem artigos e livros falando sobre como Deus prometeu nos fazer
felizes neste mundo e como devemos exigir nosso direito à felicidade. Amor, dedicação,
serviço, engajamento, uma causa que seja raison d’être, nada disso
é falado.
O livro de Mainardi se
chama “A queda”. Mas é uma queda para cima. Da dor de um filho que será
deficiente até à morte, à descoberta de que esta é sua missão, cuidar dele. Como
Kushner: a questão não é filosofar ou teologar, queixando-se, mas perguntar-se:
“Onde eu me encaixo nesta história para melhorar a situação?”. Porque é assim
que age um cristão: “Senhor, não tenho queixas nem quero choramingar. O que eu
faço para ser útil?”.
terça-feira, 27 de novembro de 2012
Como votaram os nossos representantes em relação a partilha dos royalties do petróleo?
Precisamos
a cada dia monitorar e fiscalizar o comportamento dos nossos representantes
eleitos. Se não bastasse a apatia que vemos em relação a temas importantes para
o estado do Pará, agora vemos os nossos representantes votando contra os
interesses do nosso estado e de nossas prefeituras. Ao fazerem isto estão votando
contra o nosso povo. Compartilho a lista de como os nossos Deputados Federais votaram
em relação a repartição dos royalties do petróleo. Os que votaram contra, votaram
contra o Pará e contra os nossos interesses. Preferem seguir orientações de
bancadas do que lutar pelo que interessa realmente para o nosso povo. Povo do
Pará, abra o olho!
Deputados paraenses que
votaram contrários a partilha:
1.
Beto Faro (PT);
2.
Claudio Puty (PT);
3.
Zé Geraldo (PT).
Deputados paraenses que
votaram a favor da partilha:
1.
Arnaldo Jordy (PPS);
2.
Asdrubal Bentes (PMDB);
3.
Dudimar Paxiúba (PSDB);
4.
Elcione Barbalho (PMDB);
5.
José Priante (PMDB);
6.
Lira Maia (DEM);
7.
Lúcio Vale (PR);
8.
Miriquinho Batista (PT);
9.
Wandenkolk Gonçalves (PSDB);
10.
Wladimir Costa (PMDB);
Não estiveram presentes na
votação:
1.
Zenaldo Coutinho (PSDB);
2.
Josué Bengtson (PTB);
3.
Zequinha Marinho (PSC);
4.
Giovanni Queiroz (PDT).
segunda-feira, 26 de novembro de 2012
Artigo: A escala nacional diante da transnacionalização do espaço local
Prezados, compartilho o link
da Revista Argumentum para quem quiser ter acesso ao artigo “A escala
nacional diante da transnacionalização do espaço local” que publiquei
juntamente com colega Fábio Campos: http://periodicos.ufes.br/argumentum/index
Compartilho o resumo do
artigo: Este artigo tem por finalidade discutir a questão do desenvolvimento
econômico diante da transnacionalização do espaço local. Para tanto, procura
apresentar a visão de mundo atualmente hegemônica, aqui chamada de nova
cosmologia, mostrando que esta se estrutura basicamente em uma dicotomia
local-global inscrita na economia em rede que coloca à margem do debate as
escalas intermediárias, fundamentalmente o papel do Estado. Isso posto, o
artigo procura problematizar a escala nacional enquanto possibilidade de
superação do subdesenvolvimento, apresentando um contraponto analítico para com
a nova cosmologia através da recuperação de alguns elementos do corpo teórico
desenvolvido por Celso Furtado.
Os Royalties do petróleo, o Rio e o Pará
A
sociedade fluminense mais uma vez dá uma lição de participação cívica ao povo
do Pará. Sabendo da perda que o estado do Rio de Janeiro e alguns de seus
municípios terão com a partilha dos royalties do petróleo milhares de
manifestantes saíram as ruas no dia de hoje no evento “Veta Dilma”. Destaca-se
principalmente o incentivo do Governo do Estado do Rio de Janeiro que liberou
os seus funcionários para participarem da manifestação. A chantagem pública apela
inclusive para a falta de recursos para as Olimpíadas e para a Copa do Mundo.
Enquanto
isto, seguimos aqui no estado do Pará conformados com a Lei Kandir. Seguimos
também sem Olimpíadas, sem Copa do Mundo, sem educação de qualidade, sem saúde,
sem segurança, com um trânsito caótico e estressante, ainda sem o “bendito” BRT,
sem orçamento no governo do Pará e nas prefeituras adequados para as nossas
demandas sociais, mas com um povo apático, passivo e que detesta política e
políticos. A esperança de muitos é de que possamos festejar durante a copa do
mundo, espremidos em alguma fila, para vermos o treino, através de alguma
pequena brecha, de alguma seleção em Belém (sic). Dinheiro que poderia ser
investido em tantas obras para o povo será oferecida a alguma delegação
internacional para dizer que eles ao menos passaram por aqui.
Enquanto
lá, mesmo com o Fluminense campeão, estão preocupados com a perda de orçamento
e da capacidade de promoção de políticas públicas, aqui muitos festejam a subida
do Papão para a Série B. Ficamos somente com a política do circo, porque o pão
falta para a grande maioria. Viva o nosso pacto federativo e a nossa gritante
diferença em termos de participação cívica!
quarta-feira, 21 de novembro de 2012
Artigo: Concentração e Desconcentração Industrial no Brasil
Por Eduardo José Monteiro da Costa (1)
Até a década de 1930 do século
passado o Brasil era composto por diversos complexos regionais independentes.
A partir desta década houve a alteração do centro dinâmico da economia
brasileira para o mercado interno2 com o Estado-nacional
tomando a direção do processo de desenvolvimento, principalmente a partir do
Plano de Metas (1956-60)3, estimulando o processo de
industrialização por substituição de importações e, conseqüente, integração
do mercado nacional, no qual São Paulo assumiria notável proeminência em
função de sua crescente capacidade de acumulação de capital, introdução de
inovações tecnológicas e diversificação de sua estrutura produtiva4.
Este processo de concentração
industrial induzido por forças centrípetas somente seria revertido no período
que iria de 1970 a 1985 através do acionamento da periferia nacional por meio
do aproveitamento de suas bases de recursos naturais com a implantação, ainda
que tardia, da matriz industrial da Segunda Revolução Industrial no bojo do
II PND. Os investimentos na periferia acabaram aumentando o grau de
complementaridade com a estrutura produtiva instalada no eixo dinâmico, num
processo de integração produtiva que acabou estimulando uma espécie de
solidariedade entre regiões na medida em que o crescimento do centro gerava
efeitos positivos na periferia5.
Este foi na verdade o fim do
processo de industrialização por substituição de importações no país e o fechamento
do ciclo iniciado com o Plano de Metas, que através de uma explícita política
de desenvolvimento nacional e regional, e uma ação estruturante – na
implantação da infra-estrutura econômica, na concessão de incentivos fiscais
e creditícios, e nos investimentos produtivos diretos – promoveu a
desconcentração industrial6, intensificando a integração do
mercado nacional e dando maior coesão ao sistema econômico nacional7.
Fato que não pode ser relevado ao
segundo plano é que no mesmo período em que houve um processo de
desconcentração industrial8, refletido na mudança de pesos
relativos dos diversos produtos internos estaduais, dentro do estado de São
Paulo também ocorreu um processo de desconcentração da indústria da Região
Metropolitana em direção ao interior paulista9.
A partir da segunda metade dos anos
1980 em diante houve uma forte reversão neste quadro. A difusão do ideário
neoliberal foi aos poucos colocando para fora da arena as políticas
estruturantes pensadas em macro-escalas. A partir deste período a localização
produtiva passou a ser cada vez mais ditada pela ótica da acumulação privada,
inaugurando-se um período de concorrência entre localidades para atração de
investimentos privados, tendo como um de seus principais sintomas a “Guerra
Fiscal”. O motor do crescimento deixa de ser a integração ao sistema
econômico nacional e passa a ser a integração direta, sem mediação, ao fluxo
internacional de acumulação do capital, o que contribuiu para a ampliação da
heterogeneidade estrutural inter-setorial, intra-setorial (entre empresas
exportadoras e não exportadoras) e intra-firma (entre produtos de linhas de
produção “atualizados” e tradicionais)10. Neste momento a
solidariedade regional, o fortalecimento de um sistema econômico nacional e
as relações das regiões com suas hinterlândias são excluídas do vocabulário
dos planejadores públicos, posto que num mundo cada vez mais “sem mediações”
a lógica passa a ser a sobrevivência das localidades mais aptas dentro da
“seleção natural” dos espaços pertinentes, numa economia global binária
composta por territórios conectados e excluídos.
Como resultado a partir de 1985, e
de forma mais acentuada depois de 1989, ocorreu uma reversão no processo de
desconcentração industrial e, principalmente, o interior paulista passou a
apresentar um aumento de sua participação na produção industrial,
fundamentalmente em produtos com maior intensidade tecnológica11.
A convergência da renda nacional que estava em curso também é estancada em
decorrência da redução dos fluxos migratórios de longa distância e da crise
econômica nacional que impactou a dinâmica de crescimento da economia
brasileira e, conseqüentemente, o processo em curso de convergência das
rendas regionais.
A década de 1990 testemunha a
implantação das políticas do Consenso no Brasil – abertura comercial e
financeira, privatização de ativos públicos, ajuste fiscal, redução da
atuação do Estado e busca da estabilidade macroeconômica, dentre outras – e o
ocaso das políticas de desenvolvimento regional e da visão de cooperação
federativa com o Estado-nacional deixando de ser instrumento de fomento do
desenvolvimento de sistemas produtivos regionais e da integração nacional.
Isto, de acordo com diversas leituras, acaba agravando o processo de
concentração industrial na economia brasileira12.
Para Wilson Cano13 os
principais fatores que contribuíram para o processo de inflexão da
desconcentração foram: o ocaso das políticas de desenvolvimento regional,
principalmente a partir do governo Collor; a abertura comercial que afetou
diversas cadeias produtivas tanto no ramo industrial (eletrônicos, bens de
capital, têxtil, confecções, brinquedos, autopeças, bebidas, alimentos etc.),
como no agrícola (trigo, algodão, leite etc.); a debilidade fiscal e
financeira dos governos estaduais e federal, que causou acentuada queda nos
investimentos relacionados a infra-estrutura econômica, o que prejudicou
sensivelmente a periferia nacional; a diminuição do ritmo de crescimento das
exportações de manufaturados de indústrias tradicionais e de tecnologia
“madura”; a sensível diminuição dos preços reais dos produtos básicos; e a
localização recente em São Paulo dos principais investimentos em informática,
microeletrônica, telecomunicações e automação direta.
Conforme Clélio Campolina Diniz14 este
processo de reversão da polarização pode ser desagregado em dois períodos
básicos, um primeiro com relativo espraiamento dentro do espaço econômico do
estado de São Paulo, e um segundo dentro de uma região geográfica mais ampla
na qual estariam se concentrando os setores de alta tecnologia, formada por
um polígono definido pelo interior da área que vai de Belo Horizonte –
Uberlândia – Londrina/Maringá – Porto Alegre – Florianópolis – São José dos
Campos – Belo Horizonte.
Tentando explicar os motivos da
perda de dinamismo da RMSP frente ao interior paulista e a área do polígono,
Diniz e Crocco15 destacam de um lado as pressões de custo da
área metropolitana de São Paulo e de outro o desenvolvimento da
infra-estrutura e das economias de aglomeração em outras cidades e regiões
como condicionantes da localização industrial – na medida em que a busca pela
eficiência produtiva e pelo aumento da produtividade como forma de enfrentar
a competição internacional tenderia a beneficiar as regiões com melhores
infra-estruturas, mercado de consumo e de trabalho. A análise dos autores
caminha para a conclusão de que o processo de reestruturação relacionado com
as mudanças tecnológicas e organizacionais acaba sendo um limite à
desconcentração macro-espacial, retendo o crescimento em cidades de médio
porte, próximas às grandes capitais do Centro-Sul ou mesmo em áreas
metropolitanas de menor dimensão dentro desta região. Ou seja, existe um
campo aglomerativo exercido pela economia paulista que não deixa que o
desenvolvimento se espraie para além da área poligonal.
Esta visão é também encontrada em
Diniz e Gonçalves16 que afirmam que a capacidade de gerar e
assimilar inovações no Brasil é heterogênea porque fatores locacionais dos
quais dependem os setores de tecnologia avançada estão distribuídos de forma
muito diferenciada entre as regiões e as localidades, gerando desigual
potencial de pesquisa e dificultando a desconcentração industrial. Haveria,
desta forma, três grandes regiões no Brasil, uma dinâmica, composta pelo Sul
e Sudeste do país, na qual está localizada a maior parcela da produção
industrial, a maior base acadêmica e de pesquisa, a rede urbana mais integrada
e os centros industriais mais dinâmicos; uma deprimida, correspondente ao
Nordeste, que abriga quase um terço da população brasileira, mas que
apresenta baixos níveis de desenvolvimento econômico, em que pese a
existência de “ilhas de modernidade”; e uma vazia, formada pelo Centro-Oeste
e Norte, que se caracterizam como fronteiras agrícolas e minerais, sem
potencial, contudo, para o desenvolvimento de indústrias intensivas em
conhecimento17.
Leonardo Guimarães Neto18 procurando
analisar os impactos regionais da globalização e da maior exposição da
economia nacional à concorrência internacional, bem como os impactos
espaciais da vigência de um novo padrão tecnológico, afirma que as atividades
econômicas deverão voltar a se concentrar nas regiões de maior
industrialização justamente por estas possuírem níveis mais alto de renda por
habitante, maior capacidade tecnológica e centros de pesquisa e recursos
humanos mais qualificados. O autor alerta, ademais, para a intensificação dos
níveis de tensão no pacto federativo, cada vez mais frágil, provocado por um
“novo regionalismo”. Conforme Guimarães Neto19: “Com a
infra-estrutura econômica deteriorada há anos, acumulando contingentes de
subempregados, com uma evolução econômica caracterizada pela ausência de taxas
significativas de crescimento ou persistência de taxas muito reduzidas ou
negativas de expansão, as regiões, através de seus grupos econômicos e
políticos partiram para uma disputa que tende a intensificar, cada vez mais,
os níveis de tensão no quadro de um pacto federativo cada vez mais frágil”.
Carlos Américo Pacheco20 caminha
em análise paralela. Para o autor, o esgarçamento do tecido federativo, ou
como é chamada por ele a “fragmentação da nação”, é um processo em andamento
na medida em que estaria ocorrendo um contínuo processo de rompimento dos
nexos de solidariedade entre as regiões que foram fundamentais para a criação
de um grande mercado interno ao mesmo tempo em que soldou os diversos
interesses conflitantes da nação. No novo contexto as cidades médias
situam-se no centro do debate na medida em que grande parte das vantagens
competitivas depende de fatores sistêmicos como as “externalidades
construídas”21.
Outro autor, Aurílio Caiado, afirma
que nos anos de 1990 houve um processo de estancamento da desconcentração
industrial, havendo mesmo pequena reconcentração de alguns setores em São
Paulo, principalmente nos de maior complexidade tecnológica. Para Caiado o
capital industrial no Brasil ainda é comandado a partir de São Paulo – além
de reafirmar a centralidade da RMSP na produção industrial, segundo ele local
da maioria das sedes dos grandes conglomerados industriais, financeiros e de
serviços – na medida em que continua a prevalecer a lógica privada de
localização industrial, por natureza concentradora, ao mesmo tempo em que
inexiste uma política de desenvolvimento regional para as regiões
atrasadas. Em que pese isto, o autor contesta o argumento do
desenvolvimento poligonal lembrando a existência de áreas dinâmicas fora do
“Polígono do Campolina” e áreas deprimidas em seu interior22.
Na análise de Aurílio Caiado23 com
o fim dos instrumentos de desenvolvimento regionais os investimentos privados
têm definido sua localização com base em vantagens locacionais ditadas pelo
mercado e pelos instrumentos de guerra fiscal24, o que tem
promovido uma reconcentração dos investimentos no centro dinâmico, com alguns
casos de desconcentração em setores específicos, notadamente naqueles
intensivos em mão-de-obra25.
Com base neste breve survey é
possível afirmar que apesar de não haver o “vazio econômico” apregoado por
Clélio Campolina Diniz e contestado por Aurílio Caiado, há de se salientar
que as estruturas econômicas e o grau de consolidação dos sistemas produtivos
regionais são muito desiguais entre as regiões Sul e Sudeste e o restante do
Brasil. Desta forma, em que pese a existência de um relativo interregno de
desconcentração industrial no país, não houve efetivamente o deslocamento do
centro dinâmico e a economia brasileira continua caracterizada por elevada
desigualdade e heterogeneidade inter-regional, com as regiões Norte, Nordeste
e Cento-Oeste enquadrando-se como regiões periféricas do capitalismo
nacional.
Por outro lado, como salienta
Plínio de Arruda Sampaio Júnior26, o Brasil da forma como está exposto
ao processo de globalização está sujeito a forças centrífugas que tendem a
segmentar e fragmentar o espaço econômico nacional entre as regiões que
conseguem encontrar nichos de mercado, fundamentalmente regiões que conseguem
incorporar inovações tecnológicas em suas cadeias produtivas, e regiões que,
marginalizadas do comércio internacional, tendem a ser desarticuladas em
parte estanques, fechadas sobre si mesmas.
Notas
[1] Doutor em Economia pela
Unicamp, professor da UFPA e Conselheiro Efetivo do COFECON.
[2] Furtado (1959). [3] É importante esclarecer que do ponto de vista de história econômica brasileira o processo de industrialização restringida, que se inicia em 1929 e estende-se até o período imediatamente posterior ao fim da Segunda Guerra, teria ocorrido muito mais em decorrência de fatores externos – constrangimentos da guerra e estrangulamento cambial – do que propriamente devido ao dirigismo estatal. Fato que mudaria com o Plano de Metas de JK, que inauguraria o período de industrialização ampliada e que se estenderia até o ocaso do II PND. [4] Para Lessa (1981) o Plano de Metas era ambicioso nos diversos objetivos setoriais, e se constituiu na mais sólida decisão consciente a favor da industrialização na histórica econômica do Brasil. O plano tinha como prioridade a construção dos elos superiores da pirâmide industrial verticalmente integrada e, para isto, vinha acompanhado por uma série de investimentos na infra-estrutura econômica de apoio. Esse amplo programa de investimentos em que pese ter reforçado a concentração econômica de São Paulo, também promoveu a integração produtiva com o restante do país por exigir u’a maior complementaridade entre a base de recursos naturais e a indústria. [5] Egler (1993). [6] No período que se estende de 1970 até 1985 somente São Paulo, Rio de Janeiro e Pernambuco tiveram perda de participação relativa em relação ao total do PIB nacional. [7] Conforme salienta Caiado (2002: 1): “... o acentuado processo de desconcentração espacial da produção no Brasil – notadamente da industrial – que se manifestou entre 1970 e 1985, em sua maior parte, teve como determinantes maiores e inequívocas ações de intervenções do Estado, cujas raízes remontam ao início da década de 1960, com a criação de novos instrumentos e novas instituições de desenvolvimento regional. Suas ações estruturantes puderam intensificar o processo de integração produtiva do mercado nacional (1962/1985) e, com isso, alcançar maior “soldagem” do movimento das diferentes economia regionais, ao movimento geral da dinâmica de acumulação da economia nacional.” [grifo do autor]. [8] Conforme Caiado (2002: 20), a retração de São Paulo deveu-se mais a implantação de novos investimentos em outros estados. Já o Rio de Janeiro prosseguiu seu retrocesso iniciado em décadas anteriores. Pernambuco, por sua vez, sofreu de forma direta o impacto da integração produtiva, o que reduziu a sua área de influência comercial e logrou um efeito de destruição sobre parte de seu parque produtivo, além de não ter recebido grandes projetos no período. [9] Este fato pode ser explicado, segundo Caiado (2002: 19 e 27) em decorrência: (i) das políticas estaduais de interiorização da indústria e de atração por parte dos municípios, com elevados investimentos em infra-estrutura (rodovias, melhorias no transporte ferroviário, implantação de distritos industriais); (ii) das restrições ambientais e o fortalecimento das atividades sindicais na RMSP, aliados ao surgimento de deseconomias de aglomeração, que inibiam novos investimentos na metrópole e tornavam o interior mais atrativo; (iii) da articulação da moderna agricultura com os setores industriais, responsáveis pelo surgimento de inúmeros complexos agroindustriais; (iv) de alguns investimentos industriais realizados pelo governo federal em alguns municípios paulistas, com forte irradiação para diversos ramos industriais (petróleo, petroquímica, siderurgia, telecomunicações, microeletrônica, em setores de tecnologia militar e aeroespacial, além de diversos institutos de pesquisa); (v) incentivos ficais; e (vi) existência de uma rede urbana consolidada com um amplo mercado consumidor. [10] Laplane e Silva (1994). [11] Os anos que se estendem de 1985 a 1989 é denominado por alguns autores de “período de agonia da política nacional de desenvolvimento”. [12] Cabe salientar que não se pretende aqui aprofundar um discussão sobre esta temática. Contudo, é conveniente para a análise a ser desenvolvida posteriormente a respeito dos arranjos produtivos, apresentar em linhas gerais algumas importantes proposições analíticas. [13] Cano (1998). [14] Diniz (1993). [15] Diniz e Crocco (1996: 84). [16] Diniz e Gonçalves (2000). [17] Aurílio Caiado (2002: 125 e 126) concorda com os autores em relação ao fato da indústria do conhecimento se localizar junto às grandes metrópoles e cidades médias. Contudo para o autor a “divisão territorial não é tão rígida e não existe ‘vazio econômico’ no NO e CO, pois, além da Zona Franca de Manaus existem instituições de pesquisa e universidades atuantes na região.” [18] Guimarães Neto (1997). [19] Guimarães Neto (1997: 61). [20] Pacheco (1998). [21] Pacheco (1993: 19) e Pacheco et alli (1993). [22] Para Caiado (2002: 124): “Quanto ao argumento de que a desconcentração ficou parcialmente contida no ‘polígono’ de Belo Horizonte ao Rio Grande do Sul, vale lembrar que, desde os anos 70, quando iniciou-se esse processo de desconcentração, até o começo da década de 1990, ampliou-se o número de regiões e áreas com algum dinamismo induzido pela indústria, inclusive no segundo qüinqüênio dos anos 80 e nos anos 90. Os investimentos no Programa Grande Carajás, com desdobramentos na indústria extrativa mineral do Pará e na metalurgia, no Maranhão, são exemplos desse processo, no final da década de 80, e a expansão da produção industrial no Centro-Oeste, exemplo dos anos 90 (...) Aliás, o complexo minero-metalúrgico do Maranhão foi instalado neste período, com grande impacto na estrutura produtiva regional. Some-se, também, as indústrias de celulose e metalúrgica, nos Espírito Santo, a têxtil e calçados, no Ceará, química, petroquímica (Camaçari) e celulose (Bahiasul) na Bahia, e agroindústria, no Centro-Oeste (com destaque para o complexo de soja no Mato Grosso e de carnes e rações animais, no sul de Goiás – Rio Verde) e tem-se a constatação da ampliação das áreas com algum dinamismo econômico (as chamadas “ilhas de prosperidade”) no país, mesmo nos anos de crise econômica (...) Não pode ser esquecido, também, que a ‘área poligonal’ contém regiões com crescimento econômico baixo e áreas deprimidas. É o caso do Vale do Ribeira, que engloba áreas de São Paulo e Paraná, e parte da região paulista do Vale do Paraíba, vizinha ao Rio de Janeiro, que ficaram à margem dos grandes ciclos econômicos industriais e continuaram com baixo dinamismo em todas as etapas da industrialização.” [23] Caiado (2002: 94 e 95). [24] A guerra fiscal tem se constituído praticamente no único instrumento de alteração das vantagens locacionais existentes atualmente no centro dinâmico da economia brasileira. [25] Caiado (2002: 96) destaca que cerca de 30% dos investimentos anunciados no Brasil para o período 1997-2000 localizavam-se em São Paulo, e mais de 50% no Sudeste. [26] Sampaio Jr. (1999: 33).
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segunda-feira, 12 de novembro de 2012
Artigo: "Economia: Crescimento Diferenciado"
Por Humberto Delasso (*)
Porque alguns países crescem e se
desenvolvem firme e admiravelmente enquanto outros se mantêm em situação
medíocre ou até regridem, levando a população ao penoso nível de pobreza
intensa? Se alguém tiver essa resposta com simplicidade, segurança e
precisão, merece receber o “Prêmio Nobel”. Evidentemente, a resposta não é
simples mas há caminhos diferenciados para a trajetória da miséria à riqueza.
Isto é, da pobreza ao desenvolvimento, este aqui considerado no valioso conceito
de Rostow (1).
Somos tentados a dizer que a miséria
de um país deve-se aos poucos recursos de que dispõe. Embora isto pese muito, a
verdade desta afirmação é, na maioria das vezes, pouco consistente pois, se
assim fosse, todos os países ou regiões que dispunham de valiosos recursos
minerais, desde carvão a ferro, petróleo, prata, ouro ou outros, deveriam hoje
ser plenamente ricos e desenvolvidos. Mas a realidade é outra. Em grande número
deles, a explotação não só reduziu ou exauriu as riquezas como prejudicou o
ambiente e bloqueou a mente criativa das pessoas.
Esta afirmação decorre não só do que
vi em boa parte do mundo como da vivência pessoal, tendo minha infância se
situado em zona mineradora de carvão.
Este fato ocorreu em diversas partes
do mundo, visualmente percebido quando você sobrevoa a região. Isto ocorreu no
Brasil, na África e em muitos outros países.
A pergunta mais frequente que surge
quando o assunto é exposto é: Você é contra a exploração mineral e florestal?
Evidentemente não. Eles são recursos
necessários à humanidade – atual e futura - e, se explorados com
responsabilidade e parcimônia, tendo como princípio beneficiá-los e
industrializá-los, o que agregaria valor, criaria emprego e renda, tornando-se
importante fator para o desenvolvimento.
Se o processo for guiado por visão
estratégica, com adequados condicionantes estruturais – crenças, valores e
princípios – e com inteligência, os países ou regiões ricos em minérios e
florestas teriam vantagem adicional e diferenciada para chegar ao desenvolvimento.
Neste intervalo, no entanto, é indispensável que o Governo, as demais
organizações e instituições e as empresas mineradoras tenham a consciência de
que estão se servindo de recursos não renováveis que pertencem também às
gerações futuras.
A saúde, a educação, a
infraestrutura, a capacitação, a segurança e a responsabilidade social são
componentes que integram o desejado processo evolutivo rumo ao desenvolvimento.
Especificamente no Brasil, é preciso não ficar satisfeito apenas com a paisagem
fantasma que a exploração predominante por séculos, desde seu descobrimento
(1500), inicialmente promovido por interesses externos, especialmente por
Portugal e Inglaterra. Assim como no Brasil, muitos outros países,
destacando-se o continente africano, passaram por essa experiência.
Retornando ao questionamento inicial
(explorar ou não explorar recursos naturais), não somos contra a exploração,
porém, com responsabilidade e parcimônia. Sendo um recurso da humanidade, é
preciso predominar a responsabilidade social, com significativa retribuição à
sociedade, através de um processo evolutivo que estimule e favoreça o
desenvolvimento das regiões, dos países e das pessoas, especialmente com
recursos tecnológicos, evitando torná-los escravos da única opção: a dependência
do emprego do mineiro, muitas vezes sem atenção aos riscos, principalmente, à
saúde e à evolução do conhecimento.
Assim, em vez de os benefícios da
exploração dirigirem-se apenas aos exploradores, devem abrigar toda a
sociedade, o que pressupõe a utilização de adequada geopolítica e
geoestratégia, com forte direcionamento à capacitação das pessoas, levando-as a
despertarem para a criatividade e para o empreendedorismo, rumo ao
desenvolvimento.
Então, os exploradores minerais e
também florestais, sejam o governo, empresas estatais ou privadas – nacionais
ou estrangeiras – devem manter permanentes e adequados programas direcionados
ao desenvolvimento. Não basta contribuir para organizações – ONGs ou outras –
apenas para contabilizar e beneficiarem-se da redução tributária -, é preciso
eficácia e responsabilidade social.
________
(*) Economista, Consultor Empresarial de Alta Gestão.
(1) “Desenvolvimento é um processo inédito e irreversível de mudança social, através do qual se instaura numa região um mecanismo endógeno de crescimento econômico cumulativo e diferenciado”. (Rostow, W.W.)
(*) Economista, Consultor Empresarial de Alta Gestão.
(1) “Desenvolvimento é um processo inédito e irreversível de mudança social, através do qual se instaura numa região um mecanismo endógeno de crescimento econômico cumulativo e diferenciado”. (Rostow, W.W.)
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