segunda-feira, 30 de abril de 2012

O perigo das hidrelétricas: sinal vermelho para o aproveitamento de nossas hidrovias


O economista e amigo Ramiro Nazaré, um dos maiores especialistas da região em termos de infraestrutura e logística, me mandou um e-mail indignado com a morosidade da discussão acerca das eclusas nos barramentos destinados a construção de hidrelétricas na Amazônia. E dou a ele total razão!  
Até 2018 o Governo Federal prevê a existência de 21 hidrelétricas na Amazônia Legal. Somente no estado do Pará estão previstas mais 11 usinas além de Belo Monte. A Amazônia possui a maior bacia hidrográfica do planeta e extensos rios navegáveis, que se houvesse visão estratégica governamental, em todos os níveis de governo, seriam priorizadas em termos de logística e integração. Não há dúvida que o modal hidroviário é mais econômico e viável na Amazônia e o montante de investimentos, comparativamente a outras ações em andamento, é modesto. Algo inferior a 10 bilhões de reais.
Em minha opinião é um crime o barramento de um rio para a construção de uma hidrelétrica sem a construção de eclusas. Esta é uma ação que deveria estar presente em todas as obras como parte dos condicionantes básicos dos empreendimentos. Curiosamente não vemos os nossos gestores e nem nossos representantes tocarem neste assunto. Quando o fazem, fazem com grande timidez. Uma pergunta que sempre me faço, com tamanha dádiva divina (os rios) por que a insistência em priorizar o modal rodoviário? Além do elevado custo de construção das rodovias, estimado em mais de 6 milhões de reais o quilômetro, há um permanente custo de manutenção! Quem se atreve a sugerir uma resposta?

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