O economista e amigo Ramiro Nazaré, um dos maiores
especialistas da região em termos de infraestrutura e logística, me mandou um
e-mail indignado com a morosidade da discussão acerca das eclusas nos
barramentos destinados a construção de hidrelétricas na Amazônia. E dou a ele
total razão!
Até 2018 o Governo Federal prevê a existência
de 21 hidrelétricas na Amazônia Legal. Somente no estado do Pará estão
previstas mais 11 usinas além de Belo Monte. A Amazônia possui a maior bacia
hidrográfica do planeta e extensos rios navegáveis, que se houvesse visão
estratégica governamental, em todos os níveis de governo, seriam priorizadas em
termos de logística e integração. Não há dúvida que o modal hidroviário é mais
econômico e viável na Amazônia e o montante de investimentos, comparativamente
a outras ações em andamento, é modesto. Algo inferior a 10 bilhões de reais.
Em minha opinião é um crime o barramento de
um rio para a construção de uma hidrelétrica sem a construção de eclusas. Esta
é uma ação que deveria estar presente em todas as obras como parte dos
condicionantes básicos dos empreendimentos. Curiosamente não vemos os nossos
gestores e nem nossos representantes tocarem neste assunto. Quando o fazem,
fazem com grande timidez. Uma pergunta que sempre me faço, com tamanha dádiva
divina (os rios) por que a insistência em priorizar o modal rodoviário? Além do
elevado custo de construção das rodovias, estimado em mais de 6 milhões de
reais o quilômetro, há um permanente custo de manutenção! Quem se atreve a
sugerir uma resposta?
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.