Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho
Dois domingos atrás, vindo para a
igreja, peguei a Rodovia Duca Serra. Na praça do Cabralzinho vinha uma
pré-adolescente, em sentido oposto, para atravessar a rodovia. Seguia para o ponto
de ônibus. Talvez fosse para o Marabaixo ou Goiabal. Trazia a Bíblia e a
revista de EBD, num andar sereno. Eram 8 horas da manhã, e ela, toda
arrumada, ia à igreja, sob o sol amapaense.
Primeira observação que fiz à Meacir:
“E os pais, onde estão?”. Ela respondeu: “Provavelmente dormindo!”. Mas a
jovenzinha estava acordada e disposta.
Inquieta-me que nossas igrejas percam
muitos de seus jovens para o mundo. E, em muitos dos casos, os pais têm parcela
de responsabilidade. Eles não conseguem acordar aos domingos, embora o façam
durante toda a semana, para irem ao trabalho. É que Deus e sua casa não lhes
são relevantes! Quando pais mostram o amor a Deus em suas vidas e o interesse
pela casa de Deus com suas atitudes, os filhos veem a seriedade de sua fé.
Crianças são mais suscetíveis às atitudes que às palavras. Elas intuem se há
autenticidade no que se fala.
Lembro-me de um homem que não
transmitia valor espiritual algum a seu filho, embora fosse líder na igreja.
Dizia que não desejava impor-lhe sua fé. Algo que aprendera como cristão
era prezar a liberdade de consciência. Perguntei-lhe por que dera uma camisa do
Corinthians ao filho, ao invés de deixá-lo ser palmeirense ou sãopaulino. Tinha
mais zelo pelo seu time de futebol que pela fé salvadora que há em Jesus
Cristo. Na realidade, seu apreço à liberdade de consciência era apenas falta de
interesse pela salvação do filho.
Não quero ser rude, mas há pais
cristãos que estão empurrando os filhos para fora do evangelho. Mais tarde
lamentarão muito. Estudando famílias evangélicas, alguém falou da síndrome da
terceira geração. Alguém se converte, é zeloso pela fé, e constitui família que
aprende a zelar pela fé. Passa isso para aos filhos, mas quando a fé chega à
terceira geração, chega bem descorada. Os filhos estavam sempre se queixando
dos crentes e das igrejas, e os netos se desinteressaram.
Pais que não transmitem a fé aos
filhos lembram-me a geração pós-Josué, que não ouviu dos pais os grandes feitos
do Senhor e então o abandonou e serviu a ídolos (Juízes 2.11-13). Pais que não
transmitem a fé pecam contra Deus e contra seus filhos! Pais que transmitem a
fé lembram-me Timóteo. O líder cristão pós-Paulo era a terceira geração de
cristãos fiéis (2Timóteo 1.5).
Por isso, carinhosamente lhes digo,
pais e avós: Cuidem de seus filhos! Cuidem de seus netos! Não sejam como a
geração de Juízes, mas como Loide e Eunice, avó e mãe de Timóteo.
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