sábado, 10 de agosto de 2013

Não há médico porque não há infraestrutura?




Quarta-feira, dia 07 de agosto, coloquei no Blog Economia, Política e Religião a postagem “Programa Mais Médicos no Pará: contra fatos não há argumentos”. Já sabia que seria uma postagem polêmica por envolver um tema que vem recentemente chamando atenção da mídia. Recebi algumas mensagens em relação ao conteúdo da postagem, e quase todas as mensagens críticas argumentavam que não há médicos no interior porque não há infraestrutura adequada. Ou seja, não adianta levar médicos para o interior se não há infraestrutura para dar suporte à atuação deste profissional.
Bem, se esta lógica prevalecer então não teria no interior do Pará nem médicos, nem policiais e delegados, e nem professores, por exemplo. Todos estes, e outras categorias profissionais que não citei, executam as suas atividades, normalmente, sem o suporte infraestrutural adequado no interior de nosso estado. Está claro que estamos diante de um ciclo vicioso que precisa ser rompido. Precisamos primeiro estabelecer uma infraestrutura adequada para posteriormente levar os médicos, e demais profissionais, para o interior? Ou precisamos levar médicos, e demais profissionais, e paralelamente lutarmos pela melhoria da infraestrutura de apoio as suas atividades? Eu advogo por esta segunda alternativa. 
Ademais, esta discussão abre a possibilidade de discutirmos um assunto que lamentavelmente não é colocado nesta pauta, a qualidade da gestão pública. Para melhorarmos, por exemplo, a prestação de serviços públicos na área da saúde, e demais áreas, e aprimorarmos a infraestrutura correlata, é fundamental avançar na gestão das políticas públicas e na qualidade dos gastos. Para isto, é necessário dotarmos os municípios do interior não somente de bons médicos, mas também de bons economistas, administradores, contadores, advogados, e demais profissionais que participam das atividades relacionadas à gestão pública. Assim, chamo a atenção que esta não é uma problemática ligada única e exclusivamente a uma categoria profissional, mas é uma problemática que requer visão sistêmica e participação holística de inúmeras profissões. Em suma, falta: planejamento, gestão, articulação e controle das políticas públicas. Conclusão: precisamos romper este ciclo vicioso da pobreza e do subdesenvolvimento.

Um comentário:

  1. Os médicos poderiam perguntar para a população se ela precisa de médicos antes de mais nada.

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