Quarta-feira,
dia 07 de agosto, coloquei no Blog Economia, Política e Religião a postagem “Programa
Mais Médicos no Pará: contra fatos não há argumentos”. Já sabia que seria uma
postagem polêmica por envolver um tema que vem recentemente chamando atenção da
mídia. Recebi algumas mensagens em relação ao conteúdo da postagem, e quase
todas as mensagens críticas argumentavam que não há médicos no interior porque
não há infraestrutura adequada. Ou seja, não adianta levar médicos para o
interior se não há infraestrutura para dar suporte à atuação deste
profissional.
Bem,
se esta lógica prevalecer então não teria no interior do Pará nem médicos, nem
policiais e delegados, e nem professores, por exemplo. Todos estes, e outras
categorias profissionais que não citei, executam as suas atividades,
normalmente, sem o suporte infraestrutural adequado no interior de nosso estado.
Está claro que estamos diante de um ciclo vicioso que precisa ser rompido.
Precisamos primeiro estabelecer uma infraestrutura adequada para posteriormente
levar os médicos, e demais profissionais, para o interior? Ou precisamos levar médicos,
e demais profissionais, e paralelamente lutarmos pela melhoria da infraestrutura
de apoio as suas atividades? Eu advogo por esta segunda alternativa.
Ademais, esta
discussão abre a possibilidade de discutirmos um assunto que lamentavelmente
não é colocado nesta pauta, a qualidade da gestão pública. Para melhorarmos,
por exemplo, a prestação de serviços públicos na área da saúde, e demais áreas,
e aprimorarmos a infraestrutura correlata, é fundamental avançar na gestão das
políticas públicas e na qualidade dos gastos. Para isto, é necessário dotarmos
os municípios do interior não somente de bons médicos, mas também de bons
economistas, administradores, contadores, advogados, e demais profissionais que
participam das atividades relacionadas à gestão pública. Assim, chamo a atenção
que esta não é uma problemática ligada única e exclusivamente a uma categoria
profissional, mas é uma problemática que requer visão sistêmica e participação
holística de inúmeras profissões. Em suma, falta: planejamento, gestão,
articulação e controle das políticas públicas. Conclusão: precisamos romper
este ciclo vicioso da pobreza e do subdesenvolvimento.
Os médicos poderiam perguntar para a população se ela precisa de médicos antes de mais nada.
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