Aconteceu
na tarde de hoje na Assembleia Legislativa do Estado do Pará (ALEPA) uma
audiência pública sobre o novo marco regulatório da mineração. Infelizmente,
por compromissos profissionais, não pude ir, mas tive notícias de pessoas que
acompanharam o debate. Analisando o que está sendo proposto e a forma de
condução do processo tenho a considerar o seguinte:
1. O novo marco proposto
carece de legitimidade na medida em que foi construído com frágil diálogo com a
sociedade, e principalmente com os estados mais diretamente atingidos com a
atividade mineira, como é o caso do estado do Pará. Mais uma vez a história se
repete. Não somos protagonistas do processo e passamos a discutir formulações
elaboradas ad hoc que não respeitam
as nossas especificidades e nem nos favorecem naquilo que é de interesse do
Pará;
2. Lamentável que o estado
do Pará, que tem uma economia mineira, participe somente por ocasião de uma
audiência pública de 4h de duração. Continuaremos contribuindo com o nosso
minério para o equilíbrio das transações correntes do Brasil com o resto do
mundo, porém, tratados como simples "almoxarifado" do desenvolvimento
alheio. É mais um documento que não pensa no desenvolvimento da Amazônia;
3. O novo marco deveria
trazer em seu bojo instrumentos para que a armadilha da baixa agregação de
valor e a pouca internalização da riqueza e da renda gerada pela atividade
mineira fosse rompida;
4. Neste sentido, deveria contemplar mecanismos
de estímulo a verticalização da produção e não de estímulo a exportação in natura, como é a Lei Kandir;
5. Por que não ousar,
pensando em taxas diferenciadas para a CEFEM para quem verticaliza a produção,
gerando emprego e renda no estado mineiro?
6. Apoio a ideia já
apresentada de criação de um fundo
especial de mineração para contemplar o entorno das regiões mineradoras
e de um fundo de exaustão da atividade mineral preparando a economia dos
municípios mineradores para o fim da atividade mineraria;
7. O que está sendo proposto é muito criticado por supostamente
privilegiar as grandes mineradoras, em detrimento das pequenas e médias
empresas;
8. Finalmente lamento a apatia com que este tema vem sendo tratado no
estado do Pará.
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