Obs.:
Publicado por Francisco Ferraz em 27/02/2014 no sitio eletrônico de Política
para Políticos
Na vida como na política, começar bem é
fácil, difícil é terminar bem.
Neste aspecto, o senso de “timing” é uma das
maiores provas de sabedoria política. É você quem deve decidir quando e como
terminar, com todos os riscos envolvidos numa decisão, que sempre estará
cercada de dúvidas e incertezas.
Se for o contrário, se a iniciativa de
terminar escapar ao seu controle, você perdeu o melhor momento, provavelmente
tentou “segurar” a posição por mais tempo do que era possível, passando assim
um atestado de falta de sensibilidade, oportunidade e lucidez.
Começar bem é fácil. Você ainda não é
conhecido, as pessoas ficam curiosas, querem conhecê-lo, e você pode
apresentar-se a elas sob a sua melhor luz. Além disso, você é a novidade e,
como toda novidade, é notícia, é atração
e corteja o sentimento dos outros de transformar o que é desconhecido em
familiar.
Mais ainda, ao começar você não é julgado
contra expectativas, e comparado com elas. Não há expectativas fixadas que você
precisa corresponder. É você mesmo quem vai, aos poucos, criando e definindo
expectativas, o que deverá levar em conta a sua capacidade de realização.
Por fim, quem começa estimula nos outros uma
disposição para ajudá-lo. As pessoas sentem satisfação em “ensinar”,
“orientar”, “advertir e aconselhar” o novato.
Como se vê, começar, a menos que o indivíduo
se revele um completo desastrado, é relativamente simples, sem maiores riscos,
e conta com poderosos sentimentos favoráveis nos outros para ajudar.
Na política, entretanto, a advertência recai
sobre o ato de terminar e não ao de começar: “Assim sendo, seja cuidadoso com a
forma como você termina as coisas, e dedique muito mais atenção a uma saída
exitosa do que a uma entrada sob aplausos. O que importa não é ser aplaudido
quando se entra – pois isso é comum – e sim o de fazer com que sua falta seja
sentida quando você sai” (Gracián).
Muito raros são aqueles cuja falta é sentida
depois que saem.
A sorte quase nunca companha quem sai, até a
porta de saída.
Ela é cortês para com os que chegam e costuma
ser rude com os que estão de saída...
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.