Por Francisco Ferraz
Obs.:
Publicado originalmente em 24/02/2014 no sitio eletrônico de Política para
Políticos
O que se costuma chamar de politica do século
XXI teve início no século XX. Ela resulta das consequências políticas da
revolução nos recursos e veículos de comunicação social ocorrida no século
passado.
A voz humana, o texto escrito e a imagem - os
recursos fundamentais da comunicação entre as pessoas, desde o início dos
tempos - foram sucessivamente transformados pelas inovações tecnológicas,
acarretando mudanças na própria estrutura da sociedade moderna.
A modernização dos equipamentos e veículos de
comunicação seguiu objetivos bem definidos: a velocidade, a miniaturização, a
portabilidade, a multifuncionalidade, a instantaneidade, a redução no custo das
operações e dos equipamentos, e a capacidade de armazenamento e processamento.
Essas mudanças, embora revolucionárias, são
entretanto recentes e em constante e acelerado aperfeiçoamento e renovação. Não
podemos nos esquecer que, no Brasil, a TV surgiu na década de 50, o computador
pessoal nos anos 80 e o telefone celular na década de 1990.
O telefone, a televisão e o computador são os
três pilares tecnológicos que provocaram essa revolução na comunicação e
empurraram a política, e os demais aspectos da vida social, para uma nova era.
O modelo tradicional de fazer campanhas
eleitorais, por exemplo, já foi completamente superado pelas nova tecnologia de
campanha. A opinião e o palpite foram substituídas pelo conhecimento produzido
pelas pesquisas; o conhecimento político, apoiado numa “alegada experiência” de
passadas eleições, foi substituído pela contratação de profissionais
especializados em ciência política e marketing; a assessoria partidária e
familiar do candidato, pelo núcleo constituído pela assessoria em estratégia,
pesquisa e publicidade, associado a quadros partidários e executivos de
confiança do candidato.
Essa revolução nas comunicações produziu
também um novo cidadão, com novas exigências e expectativas ao qual deve
corresponder um novo político.
A linguagem que esse cidadão melhor
compreende é a linguagem da TV. O período de tempo a que a ela estamos
sujeitos, e a freqüência com que a ela nos expomos, impôs essa nova linguagem a
todos nós.
Nossos “receptores” mentais passaram a exigir
uma linguagem direta, clara, visual, concisa e conclusiva, como é a da TV.
Adquirir informações confiáveis, conceber a
estratégia mais adequada e produzir a comunicação do candidato que seja
compreendida, retida na memória e aceita pelo eleitor, tornou-se um desafio
intelectual de grandes proporções. De seu adequado equacionamento vão depender
as próprias condições de competitividade de uma candidatura.
Equivale ao enigma da Esfinge proposto a
Édipo: “Decifra-me ou te devoro”.
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