O Brasil está virando o país das inversões de
valores, inclusive na lógica econômica do desenvolvimento. A teórica clássica
do crescimento econômico advoga por pesados investimentos em capital humano
(educação) e infraestrutura. Contudo, o Brasil vem trilhando um caminho “tabajara”
pautado principalmente em incentivos tributários. Não obstante termos que
reconhecer que o nosso modelo tributário é extremamente complexo, se comparado
a outras realidades, a carga tributária no Brasil está centrada no consumo e
nas classes menos favorecidas (altamente regressiva).
Se isto já não bastasse, um estudo do
economista José Roberto Afonso (FGV) aponta que a maior parte dos estados
brasileiros destinam mais verba à guerra fiscal do que ao investimento público.
Estimativas mostram que para cada R$ 100 que os estados investem, R$ 217 são
dados em incentivos tributários com o objetivo de cooptar empresas de outros
estados. No limite, este é um jogo de soma negativa para a população em geral
que acaba logrando menos investimento público (saúde, educação, segurança,
infraestrutura...).
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