Se
não lançar mão de receitas extraordinárias, como fez no ano passado, o governo
dificilmente alcançará a meta de superávit primário de 2,3% do Produto Interno
Bruto (PIB). O compromisso assumido pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, já
considera o abatimento de gastos com o Programa de Aceleração do Crescimento
(PAC). Projeção do núcleo fiscal da Consultoria de Orçamento e Fiscalização
Financeira da Câmara dos Deputados mostra que, sem receitas extraordinárias ou
novos artifícios, a economia para o pagamento de juros da dívida chegará, no
máximo, a R$ 94,8 bilhões ou 1,96% do PIB.
Curiosamente,
o déficit público total, que é recorrente ao se incorporar nas contas públicas
o pagamento de juros e amortizações da dívida pública, não entra do debate. O
fato é que o país faz um esforço fiscal enorme que é improdutivo, e que limita
a capacidade de investimento público.
O
Brasil se tornou refém de um modelo econômico pautado em juros elevados, câmbio
valorizado, metas de inflação e superávit primário. Neste contexto, mais de 40%
do orçamento público federal está comprometido com o pagamento e amortização de
juros da dívida pública.
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