Esta semana que marca o inicio do mês de maio
foi intensa na política brasileira e paraense. Quando acompanhamos mais de
perto o processo político passamos a ter sentimentos conflitantes. Ora nos
enojamos com o nível de debates e com as práticas já institucionalizadas, ora percebemos
que como cidadãos precisamos nos envolver mais na política para aumentar o
controle social, fiscalizar os nossos representantes e pressionar os mesmo para
que adotem posturas mais responsáveis e para que tomem decisões que realmente
interessam ao povo e não somente a uma meia dúzia de lobistas e financiadores
de campanha.
Tive a oportunidade de assistir pela TV
Senado parte de uma sessão da CPI Mista do Cachoeira. Não precisa ser muito
inteligente ou astuto para perceber que notoriamente é um jogo de cartas
marcadas. Devem pegar algum “peixe pequeno”, para dar alguma satisfação pública,
mas certamente não vão apurar profundamente o envolvimento de empreiteiras com
alguns políticos e partidos. Até mesmo porque há aparentemente relações
duvidosas e envolvimentos em vários níveis de governo e quase em todas as regiões
de muitos partidos, seja de situação, oposição ou aqueles que navegam conforme
quem está no poder!
Assim como no caso do “Mensalão” está claro
que hoje no Brasil não existe mais nenhum partido que possa se colocar como
paladino da moralidade e da ética. O nosso processo político está corrompido
por uma cultura perniciosa ao bom andamento dos interesses públicos e
coletivos. E os fatos, por mais que se tornem públicos, são tratados de uma
forma a levar a opinião pública ao esquecimento. Assim está sendo com o “Mensalão”.
Assim foi com vários outros escândalos em nível federal, estadual ou mesmo
municipal. Se há uma instituição que hoje prevalece na política brasileira é a
instituição da “pizza”!
O que afirmo, apesar de forte, encontra no
nosso cotidiano político vários exemplos. Acusações de negociatas quase que
semanais em nossa Câmara de Vereadores e acusações de fraudes e de desvios de
recursos em nossa Assembléia Legislativa, são exemplos disto. Não serei leviano
de nominar ninguém e nem de atribuir a um único partido político qualquer alcunha.
O fato é que há uma institucionalização em nosso processo político de práticas
imorais e ilegais que lesam o patrimônio público e que acabam impactando
negativamente, na medida em que os recursos não chegam efetivamente à sua
finalidade, a capacidade de execução de políticas públicas. Que tipo de
justificativa pode ser dado para as 648 obras públicas inconclusas, algumas nem
sequer iniciadas, que geraram um prejuízo para os cofres públicos e para a
sociedade paraense superior a R$ 1 bilhão de reais nos últimos anos?
E agora quando penso que teremos um debate
para a Prefeitura de Belém de alto nível, na medida em que temos vários
pré-candidatos, muitos com uma vasta experiência seja no executivo, seja no
legislativo, percebo que alguns querem nivelar o debate por baixo. Tratam-nos
ainda como se fossemos um curral eleitoral. Pensam que podem manipular
grotescamente a opinião pública. Como cidadãos nós precisamos exigir respeito!
Queremos um debate sério sobre a nossa cidade. Hoje Belém é sinônimo de caos em
todos os setores. Precisamos pensar seriamente a nossa cidade. Precisamos de
propostas, de alternativas, de projetos públicos e coletivos. Precisamos e
reivindicamos um debate sério e de alto nível.
A sociedade paraense precisa ser levada a
sério!
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