sexta-feira, 4 de maio de 2012

Sobre os últimos acontecimentos na política paraense


Esta semana que marca o inicio do mês de maio foi intensa na política brasileira e paraense. Quando acompanhamos mais de perto o processo político passamos a ter sentimentos conflitantes. Ora nos enojamos com o nível de debates e com as práticas já institucionalizadas, ora percebemos que como cidadãos precisamos nos envolver mais na política para aumentar o controle social, fiscalizar os nossos representantes e pressionar os mesmo para que adotem posturas mais responsáveis e para que tomem decisões que realmente interessam ao povo e não somente a uma meia dúzia de lobistas e financiadores de campanha.
Tive a oportunidade de assistir pela TV Senado parte de uma sessão da CPI Mista do Cachoeira. Não precisa ser muito inteligente ou astuto para perceber que notoriamente é um jogo de cartas marcadas. Devem pegar algum “peixe pequeno”, para dar alguma satisfação pública, mas certamente não vão apurar profundamente o envolvimento de empreiteiras com alguns políticos e partidos. Até mesmo porque há aparentemente relações duvidosas e envolvimentos em vários níveis de governo e quase em todas as regiões de muitos partidos, seja de situação, oposição ou aqueles que navegam conforme quem está no poder!
Assim como no caso do “Mensalão” está claro que hoje no Brasil não existe mais nenhum partido que possa se colocar como paladino da moralidade e da ética. O nosso processo político está corrompido por uma cultura perniciosa ao bom andamento dos interesses públicos e coletivos. E os fatos, por mais que se tornem públicos, são tratados de uma forma a levar a opinião pública ao esquecimento. Assim está sendo com o “Mensalão”. Assim foi com vários outros escândalos em nível federal, estadual ou mesmo municipal. Se há uma instituição que hoje prevalece na política brasileira é a instituição da “pizza”!
O que afirmo, apesar de forte, encontra no nosso cotidiano político vários exemplos. Acusações de negociatas quase que semanais em nossa Câmara de Vereadores e acusações de fraudes e de desvios de recursos em nossa Assembléia Legislativa, são exemplos disto. Não serei leviano de nominar ninguém e nem de atribuir a um único partido político qualquer alcunha. O fato é que há uma institucionalização em nosso processo político de práticas imorais e ilegais que lesam o patrimônio público e que acabam impactando negativamente, na medida em que os recursos não chegam efetivamente à sua finalidade, a capacidade de execução de políticas públicas. Que tipo de justificativa pode ser dado para as 648 obras públicas inconclusas, algumas nem sequer iniciadas, que geraram um prejuízo para os cofres públicos e para a sociedade paraense superior a R$ 1 bilhão de reais nos últimos anos?  
E agora quando penso que teremos um debate para a Prefeitura de Belém de alto nível, na medida em que temos vários pré-candidatos, muitos com uma vasta experiência seja no executivo, seja no legislativo, percebo que alguns querem nivelar o debate por baixo. Tratam-nos ainda como se fossemos um curral eleitoral. Pensam que podem manipular grotescamente a opinião pública. Como cidadãos nós precisamos exigir respeito! Queremos um debate sério sobre a nossa cidade. Hoje Belém é sinônimo de caos em todos os setores. Precisamos pensar seriamente a nossa cidade. Precisamos de propostas, de alternativas, de projetos públicos e coletivos. Precisamos e reivindicamos um debate sério e de alto nível.
A sociedade paraense precisa ser levada a sério!

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