Foto
tirada na frente de um dos mais de cem vagões que diariamente levam o minério
de ferro da Serra dos Carajás no Sudeste do estado do Pará para ser exportado
via Porto de Itaquí no Maranhão. Na ida o trem da Vale leva milhões de
toneladas do nosso minério para ser beneficiado noutros países. Na volta traz diariamente
mais de 300 pessoas que desembarcam em Marabá ou Parauapebas vindas de outros
estados em busca de novas oportunidades no entorno dos grandes projetos
minerais. De acordo com o IBGE até 2014 cerca de 400 mil pessoas virão para o
estado do Pará em busca de novas oportunidades. Estes migrantes sobrecarregarão
os serviços públicos já precários na área de saúde, educação, segurança,
saneamento, transporte público, dentre outros, e contribuirão para a piora dos
nossos já lastimáveis indicadores sociais, para a favelização crescente de
nossas cidades, para o aumento da informalidade e da violência. São migrantes
que chegam ao Pará em extrema situação de vulnerabilidade social e com isto
passam a requerer ações mais incisivas do poder público. Ao lado disto o estado
do Pará não recebe as devidas compensações financeiras e sociais de tais
empreendimentos. Cada vez mais os orçamentos públicos do estado e dos municípios
são estrangulados. As demandas sociais são crescentes e a capacidade de
resposta dos poderes estadual e municipal diminuta. Precisamos de um novo pacto
social no estado do Pará e de um novo Pacto Federativo, que passe por um
redesenho de nosso federalismo fiscal. O estado do Pará não pode continuar
sendo um simples almoxarifado do desenvolvimento alheio! Hoje o Pará é um
estado que dá vazão para a mitigação, via processo migratório, de pressões
sociais de outros estados do Brasil. A história se repete!
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