Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho
Estava em Monte Dourado, Vale do
Jari, com Meacir. Fui para lecionar para um grupo de trinta líderes com os
quais passo três dias por mês. Ela me acompanha porque dá assistência a algumas
senhoras, em Laranjal do Jari. A gente ainda zanza por Vitória do Jari e
Munguba, conhece os irmãos, papeia com eles, come bons peixes, e assim tem a
vida enriquecida. Como programo meu tempo, fui trabalhar num livro de
biografias bíblicas para adolescentes, acerto feito com uma editora evangélica.
O personagem era André.
Analisei sua intervenção no
episódio da multiplicação dos pães, porque queria mostrar como André trabalhava
nos bastidores. Parei e ponderei um fato: como se sentiu o rapaz que era dono
do lanche que alimentou cinco mil homens? Então o Espírito me guiou na reflexão
sobre ele, e preparei um sermão com o título “Está aqui um rapaz” (Jo 6.9).
Criei uma possível conversa do rapaz com André, e mostrei os quatro estágios do
possível diálogo, e anotei para pregar depois. Preguei-o no domingo passado.
Reparto a idéia com meus possíveis leitores:
1.
O ESTÁGIO DA SURPRESA – “ESPEREM AÍ! ESSE LANCHE É MEU!” – Minha mãe fez
para mim. É para mim. Eu tenho que cuidar de mim, não dos outros. Jesus pode
dar outro jeito que não seja às minhas custas!
2.
O ESTÁGIO DA PONDERAÇÃO – “SEJAMOS PRÁTICOS: MINHA POSSÍVEL DOAÇÃO NÃO
FARÁ DIFERENÇA!” – Pensem bem, rapazes: isso não fará diferença. É mais sensato
eu não dar do que dar. É tão pouco o que tenho que tudo vai continuar como antes.
3.
O ESTÁGIO DA RENDIÇÃO – “TOMA MEU LANCHE, SENHOR” – Eu preciso disso,
mas entendo que o Senhor sabe cuidar melhor do que é meu. Toma meu lanche,
Senhor!
4.
O ESTÁGIO DA ADMIRAÇÃO – “ÊPA, NÃO É QUE DEU CERTO!”- Meu pouco
alimentou muita gente e recebi mais do que dei. Mas o mais importante:
entrei para a história!
Bolei a conclusão nestes moldes:
devemos imitar o anônimo rapaz, e dizer, com sinceridade, a Jesus: “Toma minha
vida, Senhor. Toma minha carreira, Senhor. Toma meu tempo, Senhor. Toma minha
família, Senhor. Toma meus bens, Senhor”.
Muitos de nós estamos indiferentes à
carência do mundo, tanto material como espiritual. Em nossa igreja, convidei
alguns irmãos para darem testemunho de por que são dizimistas. Um testemunho me
deixou impressionado. A pessoa agradeceu a Deus porque tinha mais do que
necessitava para viver, mas não porque podia viver bem, e sim porque podia
ajudar os outros. Era feliz ajudando os outros. É o dom carismático de
“repartir” (Rm 12.8). Você já viu alguém fazer vigília de oração e jejuar para
receber o dom do Espírito de repartir seu dinheiro? Quando vir, me avise para
eu dar meus dados bancários à pessoa.
Que tal, meu irmão, dar seu lanche a
Jesus? Não é seu dinheiro, que isto é secundário. Dê sua vida, bens, talentos, família,
os filhos. Jesus sabe o que fazer com o seu lanche. Usará com grande poder e
lhe devolverá mais do que você deu. Ele não quer os farelos, mas o seu lanche.
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