terça-feira, 16 de outubro de 2012

Americanos dividem Prêmio Nobel de Economia


A Real Academia Sueca de Ciências anunciou nesta segunda-feira (15) os nomes de Alvin E. Roth (Harvard) e Lloyd S. Shapley (Universidade da California em Los Angeles - UCLA) como ganhadores do Prêmio Nobel de Economia 2012. A escolha reconhece o trabalho de ambos "pelas teorias de alocações estáveis e modelos de mercados" - Roth trabalhou na prática com a teoria desenvolvida por Shapley. Os dois norte-americanosdividirão o prêmio de 8 milhões de coroas suecas. 
"O prêmio deste ano diz respeito a um problema central da economia: como juntar diferentes agentes da melhor forma possível. Por exemplo, estudantes precisam de parcerias com escolas e doadores de órgãos precisam ser unidos a pacientes que necessitam de um transplante", afirmou a Academia em comunicado à imprensa. "Como fazer isso da forma mais eficiente possível? Que metodos beneficiam quais grupos? O prêmio reconhece dois estudiosos que responderam estas questões passando da teoria das alocações estáveis para a prática de mercado".


Lloyd Shapley nasceu em Cambridge, Massachussets, em 1923. É PhD (1953) pela Universidade de Princeton e professor emérito da UCLA. Ele se considera um matemático e usou a chamada teoria dos jogos cooperativos para estudar e comparar diferentes métodos de parcerias. O fator chave era assegurar uma parceria estável entre pessoas ou grupos em que ninguém prefere negociar ou fazer acordos com outras pessoas que não os parceiros atuais - áreas em que as leis de mercado não necessariamente se aplicam. Shapley e seus colegas desenvolveram métodos específicos (em especial, o chamado algoritmo de Gale-Shapley) que assegura uma parceria estável. O método também limita os motivos dos agentes para manipular o processo de procura de parceiros. Shapley demonstrou como o desenho específico de um método pode sistematicamente beneficiar um ou outro lado do mercado.
Alvin Roth nasceu em 1951 e é PhD (1974) pela Universidade de Stanford, na California. É professor da Universidade de Harvard. Roth reconheceu que a teoria de Shapley poderia esclarecer o funcionamento de importantes mercados na prática. Numa série de estudos empíricos, Roth e seus colegas demonstraram que a estabilidade é a chave para entender o sucesso de algumas instituições em mercados particulares. Roth também produziu suas conclusões em exames de laboratório. Ele ajudou a redesenhar instituições para encontrar novos médicos para hospitais, estudantes para escolas e doadores de órgãos para pacientes em espera. As refirmas foram baseadas no algoritmo de Gale-Shapley com modificações que levaram em conta circunstâncias específicas e restrições éticas.

O Prêmio Nobel
O Prêmio Nobel foi criado em 27 de novembro 1895, no testamento de Alfred Nobel, cientista sueco que ficou muito rico com a invenção da dinamite. As áreas premiadas eram: Física, Química, Medicina ou Fisiologia, Literatura e Paz. Os prêmios começaram a ser entregues em 1901.
Em respeito ao testamento de Alfred Nobel, nenhuma outra área de atuação é acrescentada nas premiações. A única exceção foi a Economia. Isso porque em 1968 o Sverige Riksbank (Banco Central da Suécia), comemorando seu tricentenário, instituiu o "Prêmio Sverige Riksbank de Ciências Econômicas em memória de Alfred Nobel", patrocinado pelo próprio banco. Por esta diferença, ele não leva o nome de "Prêmio Nobel" em sua nomenclatura oficial, mas é anunciado e entregue juntamente com os outros Prêmios Nobel (embora não na mesma semana), além de ter o ganhador escolhido pela Real Academia Sueca de Ciências.
O primeiro Prêmio Nobel de Economia foi entregue em 1969 para o norueguês Ragnar Frisch e para o holandês Jan Tinbergen. Nesta área, a maioria dos premiados são norte-americanos (alguns deles naturalizados). Outra curiosidade: o mais velho ganhador de um Prêmio Nobel foi o economista Leonid Hurwicz (nascido na Rússia, naturalizado norte-americano), aos 90 anos, em 2007. E apenas uma vez uma mulher ganhou o Nobel de Economia: foi Elinor Ostrom, em 2009.
Além disso, há uma tendência recente de divisão do prêmio: desde 2000, houve apenas dois prêmios individuais: Edmund Phelps, em 2006, e Paul Krugman, em 2008. Nos outros anos deste período os prêmios foram divididos entre dois ou mais ganhadores.

Por Manoel Castanho (*) -  Jornalista do COFECON

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