Algumas
semanas atrás, com as notícias sobre o estado crítico de abastecimento de água
no Sudeste, brinquei com alguns amigos de que não tardaria para alguém propor a
transposição das águas do Rio Amazonas para o Sudeste brasileiro. Fiz uma
brincadeira em tom de ironia frente ao perverso pacto federativo que a
federação brasileira vem impondo a Amazônia como um todo e ao Pará em especial.
Tenho ironizado que o Pará foi convidado para entrar no “Jogo do Perde-Perde”.
Em todas as ações o estado do Pará sempre resta prejudicado. Perde com a Lei
Kandir, perde com a ilógica lógica de cobrança do ICMS da energia no estado de
consumo, perde com os pesados ônus das mitigações dos impactos sociais e
ambientais dos grandes projetos, perde ao ser tratado apenas como corredor de
exportação, perde quando as ações são pensadas somente NA Amazônia e não PARA
os amazônidas, pede com o contingenciamento das emendas parlamentares da
região. Perde, perde, perde...
Há
muito tempo o Pará entrou no “Jogo do Perde-Perde” diante do restante da federação
brasileira. Em todas as ações propostas somente perdemos. Ao império o bônus, a
colônia o ônus.
Para
espanto da população paraense o que parecia algo absurdo virou uma proposta
concreta diante deste pacto federativo lesivo. Não podemos mais tolerar estes
tipo de comportamento federativo. Tratam-nos sempre como “almoxarifado” do
desenvolvimento alheio, fomentam um modelo econômico excludente do ponto de
vista social, e deixam para os heróis que habitam esta região os significativos
e pesados ônus das mitigações dos impactos sociais e ambientais dos grandes
projetos. Não podemos ser eternamente tratados como colônia de exploração do
Império Brasileiro.
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