quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Três economistas norte-americanos dividem Prêmio Nobel de Economia 2013


O Prêmio Nobel de Economia de 2013 será dividido por três economistas norte-americanos. Eugene F. Fama e Lars Peter Hansen, ambos da Universidade de Chicago, e Robert J. Shiller, da Universidade de Yale, foram escolhidos por suas análises empíricas dos preços de ativos. O anúncio foi feito nesta segunda-feira (14) pela Real Academia Sueca de Ciências.
Eugene F. Fama nasceu em 1939 em Boston, Massachusetts. É Ph.D. (1964) pela Universidade de Chicago, onde atua como professor de Finanças.
Lars Peter Hansen nasceu em 1952 e tornou-se Ph.D. (1978) pela Universidade de Minnesota. É professor de Economia e Estatística na Universidade de Chicago.
Robert J. Shiller nasceu em 1946 em Detroit. Tornou-se Ph.D. em 1972 pelo Massachusetts Institute of Tecnology (MIT), em Boston. É professor de Economia na Universidade de Yale.
Os três dividirão um prêmio de oito milhões de coroas suecas - o que, em cotações de 1º de outubro, corresponde a um total de R$ 2.781.600,00, ou R$ 927.200,00 para cada um.
 


Comunicado

"Não há maneira de prever o preço de ações e títulos nos próximos dias ou semanas. Mas é possível antever o curso dos preços por longos períodos, como os próximos três ou cinco anos. Estas descobertas, que podem ser ao mesmo tempo surpreendentes e contraditórias, foram feitas e analisadas pelos premiados deste ano", afirmou a Real Academia Sueca de Ciências em comunicado divulgado à imprensa.
Em seguida, o comunicado fala sobre o legado de cada um dos ganhadores do Prêmio Nobel 2013. "Começando nos anos 60, Eugene Fama e vários colaboradores demonstraram que estes preços eram difíceis de prever no curto prazo e que novas informações são muito rapidamente incorporadas aos preços. Estas descobertas não apenas tiveram um profundo impacto nas pesquisas subsequentes como também mudaram a prática de mercado".
Em seguida o destaque vem para os estudos de Robert Shiller. "Se os preços são quase impossíveis de prever no curto prazo, não deveria ser mais difícil prevê-los ao longo de vários anos? A resposta é não, como Robert Shiller descobriu no início dos anos 80. Ele verificou que os preços das ações flutuam muito mais do que os dividendos das empresas e que as taxas dos dividendos tendem a cair quando eles são altos e tendem a subir quando eles são baixos. Este padrão se mantém não só para ações, mas também para títulos e outros ativos".
O comunicado apresenta em seguida o legado de Lars Peter Hansen. "Uma abordagem interpreta estes achados em termos de resposta por parte de investidores racionais para a incerteza nos preços. Grandes retornos no futuro são vistos como compensação pela manutenção de ativos em tempos de um risco incomum. Lars Peter Hansen desenvolveu um método estatístico que foi particularmente adequado para testar teorias racionais de precificação de ativos. Usando este método, Hansen e outros pesquisadores descobriram que modificações nestas teorias precisariam percorrer um longo caminho para explicar os preços de ativos.
Por fim, o comunicado justifica a escolha dos ganhadores do Prêmio Nobel de Economia de 2013. "Os premiados estabeleceram os alicerces do entendimento atual sobre preços de ativos. Ela se baseia em parte nas flutuações durante o risco e nas atitudes de risco e em parte nas tendências comportamentais e fricções do mercado".
 

O Prêmio Nobel

O Prêmio Nobel foi criado em 27 de novembro 1895, no testamento de Alfred Nobel, cientista sueco que ficou muito rico com a invenção da dinamite. As áreas premiadas eram: Física, Química, Medicina ou Fisiologia, Literatura e Paz. Os prêmios começaram a ser entregues em 1901.
Em respeito ao testamento de Alfred Nobel, nenhuma outra área de atuação é acrescentada nas premiações. A única exceção foi a Economia. Isso porque em 1968 o Sverige Riksbank (Banco Central da Suécia), comemorando seu tricentenário, instituiu o "Prêmio Sverige Riksbank de Ciências Econômicas em memória de Alfred Nobel", patrocinado pelo próprio banco. Por esta diferença, ele não leva o nome de "Prêmio Nobel" em sua nomenclatura oficial, mas é anunciado e entregue juntamente com os outros Prêmios Nobel (embora não na mesma semana), além de ter o ganhador escolhido pela Real Academia Sueca de Ciências.
O primeiro Prêmio Nobel de Economia foi entregue em 1969 para o norueguês Ragnar Frisch e para o holandês Jan Tinbergen. Nesta área, a maioria dos premiados são norte-americanos (alguns deles naturalizados). Outra curiosidade: o mais velho ganhador de um Prêmio Nobel foi o economista Leonid Hurwicz (nascido na Rússia, naturalizado norte-americano), aos 90 anos, em 2007, enquanto o mais jovem foi o novaiorquino Kenneth J. Arrow, aos 51 anos, em 1972. E apenas uma vez uma mulher ganhou o Nobel de Economia: foi Elinor Ostrom, em 2009, falecida menos de três anos depois.
Além disso, há uma tendência recente de divisão do Nobel de Economia: desde 2000, houve apenas dois prêmios individuais: Edmund Phelps, em 2006, e Paul Krugman, em 2008. Nos outros anos deste período os prêmios foram divididos entre dois ou mais ganhadores. Esta tendência fez com que, em 2013, o número de prêmios divididos superasse o de prêmios individuais: 23 a 22.

Elaboração: Manoel Castanho (COFECON).

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