quarta-feira, 14 de abril de 2021

A “RELIGIÃO LAICA” E A INQUISIÇÃO IDEOLÓGICA CONTEMPORÂNEA: DE QUE FORMA VOCÊ COMO EKKLESIA DE CRISTO ESTÁ SE POSICIONANDO?

 

É impressionante como determinadas correntes político-ideológicas, em especial as de linhagem marxista, apesar de terem ojeriza a tudo o que tem caráter religioso (afinal a religião é o “ópio do povo”), assumem paradoxalmente características de seitas com manifestações dogmáticas, fanáticas e, em muitos momentos, até mesmo irracionais. Cultuam homens e ideais revolucionários; e, a partir de sua ortodoxia dogmática, e por meio do incisivo patrulhamento ideológico, condenam a “fogueira da inquisição” (“cancelamento”) qualquer herético que ouse se posicionar contra os seus credos, profetas, partidos, ideais ou opiniões.

Os fundadores desta “religião laica” são alçados ao patamar de semideuses ou “messias”. Os seus escritos adquirem o caráter de documentos “infalíveis”, “inerrantes”, “imutáveis” e “proféticos”. Para ser aceito em seu meio social é imprescindível ler e conhecer o seu cânone. Toda a “verdade absoluta” emana dos escritos destes “iluminados”, que merecem serem lidos e relidos num exercício exegético interminável com objetivo de se encontrar “mensagens proféticas” deixadas, muitas das quais nas “entrelinhas”. Neste exercício religioso, como quem se dirige para o culto, carregam os seus “evangelhos” nos braços, em especial nos ambientes universitários e intelectuais, principalmente porque portar esses documentos é a chave para a aceitação social; é preciso ser cult. E se você quer mais do que aceitação, pretende lograr mobilidade social, é fundamental que você recite com frequência uma frase de efeito de seu intelectual preferido. A citação destes “versículos” causa um “êxtase espiritual” na “membresia” (militância) e se torna a chave para a aceitação do “líder congregacional” de plantão.

Nesta “religião” alçam a posição de “deuses iluminados” os seus profetas seminais. É a partir destes emergem a sua religiosidade, as suas crenças, a sua fé e as suas diversas dissidências por divergências “doutrinárias”: marxistas, marxianos, progressistas, leninistas, stalinistas, trotskistas, maoístas, gramiscitas, freireanos e por aí vai.

Sempre que possível aparece uma nova congregação nesta plêiade religiosa motivada por “divergências doutrinárias”, mas que mantém um sentido orgânico pela crença na sua “salvação”. Nesta crença, o homem adquire o status de redentor do próprio homem, senhor da sua história, uma história teleológica. Este homem elevado ao patamar de deus, por meio da luta de classes, da revolução e da implantação do comunismo irá construir o “paraíso na terra”; mesmo que para isso seja necessário debelar os direitos humanos fundamentais: liberdade, vida e propriedade (sic.)

No curso deste processo, e no culto de seus ideólogos, os fins justificam os meios, o sacrifício humano é tolerado, a vida se torna relativa, o indivíduo é aniquilado em sua existência, a família destruída, e o Estado passa a ser idolatrado como instrumento de remissão dos “pecados sociais”. No mantra da busca pela igualdade social, todo poder ao Estado, e nenhuma autonomia ao indivíduo. Este Estado, instrumento da “revolução”, passa ter poder para deliberar sobre tudo, desde o que você pode comprar, quantos filhos pode ter (e o que deve ensinar aos mesmos); e até se tem ou não o direito de frequentar o templo de sua religião, o que pode ser ministrado nos púlpitos e em que você pode crer ou não.

A pesar de negarem o seu status religioso, muitos movimentos político-ideológicos acabam se tornando uma verdadeira religião. E nesta religião secular, como simulacro, levantam os seus “profetas”, “missionários”, “evangelistas”, “pastores”, “diáconos”, “presbíteros”, “obreiros”, todos a serviço de seu “ministério revolucionário”. E, em seus seminários, formam diuturnamente uma nova geração de intelectuais orgânicos e líderes revolucionários (mesmo que estes não saibam, agindo como inocentes úteis da causa), responsáveis por preparar o terreno para a revolução.

O que vou dizer não é nenhuma novidade. Mas me parece que estas seitas percebem isto mais do que os cristãos. O maior adversário do marxismo não é o liberalismo, o capitalismo ou o conservadorismo como alguns pensam, mas o cristianismo. É, por isso, que o cristianismo hoje se encontra na berlinda. É o principal adversário a ser debelado pelo movimento revolucionário.

Cabe uma única pergunta. E você como Ekklesia de Cristo, de que forma está se posicionando?  

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