quarta-feira, 2 de setembro de 2015

Síntese de indicadores sobre a economia do estado do Pará no primeiro semestre de 2015


A Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas do Estado do Pará (FAPESPA), desde janeiro, vem realizando um amplo esforço institucional de produzir dados e informações sobre os estado do Pará, nos aspectos econômicos e socioambientais, com o objetivo de instrumentalizar o processo de planejamento, monitoramento e avaliação de políticas públicas.

Dentre os vários produtos lançados, os boletins analíticos conjunturais procuram sistematizar e publicizar dados, além de oferecer uma análise técnica capaz de explicar o comportamento das variáveis além de traçar uma perspectiva de cenários futuros.

Nas últimas semanas divulgamos os boletins do comércio exterior e trabalho e renda. Ontem divulgamos o boletim do comércio varejista e amanhã lançaremos o da indústria. Com este conjunto de estudos estamos oferecendo à sociedade paraense como um todo um amplo espectro do comportamento da economia do estado do Pará.

Os boletins conjunturais elaborados pela FAPESPA têm apresentado um cenário econômico paraense que vem sendo influenciado pela conjuntura nacional, entretanto, em alguns casos, apresentando uma dinâmica produtiva particular reveladora de bons resultados.

Em linhas gerais os nossos boletins apresentam os aspectos gerais: 

Comércio Exterior:

1.      No primeiro semestre de 2015 o saldo comercial totalizou US$ 4,5 bilhões, com as exportações contabilizando US$ 5,1 bilhões (Boletim do Comércio exterior 1º Semestre);

2.      Em julho, o saldo da balança comercial paraense atingiu US$ 1 bilhão (Informe Técnico do Comércio Exterior Julho/2015).

Indústria:

1.      O desempenho das exportações impactou diretamente na Indústria Extrativa, segmento industrial que teve o nível de atividade produtiva elevado em 8,9%, no primeiro semestre de 2015, contribuindo para o crescimento da Indústria Geral paraense em 6,8%, mesmo com o recuo de 0,5% do segmento da Indústria de Transformação;

2.      Com esse resultado o Pará obteve o segundo melhor desempenho entre os estados, atrás somente de Espírito Santo. Enquanto a indústria brasileira apresentou variação negativa em todos os meses de 2015, a paraense cresceu (Boletim da Indústria Paraense 1º Semestre 2015 – No prelo, que será lançado amanhã).


Trabalho e Renda:

1.      No Mercado de Trabalho, o Pará encerrou o mês de julho com saldo positivo de 2.634 vínculos trabalhistas, crescimento de 0,33% no estoque de trabalhadores formais. Com esse resultado o estado liderou a geração de emprego no Brasil. Dos oito setores produtivos paraenses, levantados pelo MTE, cinco obtiveram saldos positivos, com destaque para Construção Civil que abriu 2.131 novas vagas de emprego, seguido pela Indústria de Transformação com 456 novos vínculos (Informe de Julho de 2015 – No prelo);

2.      Esse bom resultado no mercado de trabalho formal foi oposto ao cenário apresentado no primeiro semestre de 2015, no qual o Pará encerrou o semestre com saldo negativo de 11.234. A realidade paraense foi comum a 20 unidades da federação, contribuindo assim para o fechamento de 345.417 vagas de empregos no país nos seis primeiros meses de 2015, uma redução de 0,84% do estoque de empregos nacional (Boletim do Trabalho e Renda 1º Semestre de 2015).


Comércio Varejista:

 
1.      A economia paraense absorveu os efeitos da conjuntura econômica nacional, na qual o consumo reduziu e, como consequência o Comércio Varejista teve o volume de vendas retraído. Nos seis primeiros meses de 2015, o segmento varejista do estado obteve recuo de 1,4% nas vendas, enquanto que a receita nominal cresceu abaixo do registrado no mesmo período de 2014. O desempenho negativo das vendas no setor varejista paraense neste primeiro semestre esteve presente em 20 das 27 unidades federativas (Gráfico 1), tendo como consequência a retração do volume de vendas no Brasil de 2,2% (Boletim do Comércio Varejista 1º Semestre de 2015 – No Prelo);

2.      Por outro lado, apesar do Comercio Varejista ter encerrado o primeiro semestre de 2015 com perdas de 2.269 empregos, o varejo paraense dá sinais de retomada de crescimento da atividade, uma vez que foi registrado em julho saldo positivo de 206 novos vínculos empregatícios (Informe de Julho de 2015 – No prelo). 

 

Estimativas FAPESPA para o estado do Pará 2015

Estimativas 2015
Produto Interno Bruto
(R$ 1.000.000).
111.602
Crescimento Real
(%)
2,48
População Estimada e Projetada
HAB.
8.175.113
IPC-FAPESPA (Jan-Jul/2015)
%
8,43
IPC-FAPESPA (Ago/2014 - Jul/2015)
%
12,56
IPC-FAPESPA (Jan-Dez/2015)
%
12,92

 

terça-feira, 1 de setembro de 2015

Orçamento da União 2016: R$ 30 bilhões de déficit público?


Causa enorme preocupação a notícia de que a Presidente Dilma Rousseff enviou ontem ao Congresso Nacional a proposta orçamentária para 2016, Orçamento da União 2016, com a previsão de um déficit público da ordem de R$ 30 bilhões. É esta situação que vem colocando na pauta de discussão a recriação da CPMF, não como um instrumento de financiamento da saúde, mas sim como um mecanismo de amenização do déficit orçamentário.

O fato é que o país não suporta mais aumentos em sua carga tributária. Como única alternativa plausível, esta situação, grave, coloca mais do que na ordem do dia a necessidade de uma ampla reforma administrativa, diminuindo o número de ministérios e de cargos comissionados, ao lado de um amplo enxugamento das despesas com o custeio da máquina pública. Sem embargo, deve-se ter em mira a necessidade de diminuir a taxa básica de juros da economia, que acaba por comprometer boa parte do orçamento federal com o pagamento dos serviços da dívida pública, e de se criar mecanismos sustentáveis para dar conta dos crescentes déficits previdenciários.